tag:blogger.com,1999:blog-227435952024-03-07T09:11:09.308+01:00TEMPO DE LOBOSMário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.comBlogger455125tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-69622287327937138042016-12-13T16:18:00.003+01:002016-12-13T16:18:33.225+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnh3ujzhVJicOK5ORHjzSYJ8E4NpkhCcWSxqupMhXFlY06fNQ9au3HWnbSyR9-f-l3iV0TOyhX0O_8pF7J-dI0WMJGCH9s3ErC4SLc5ClCtIMRKu59wSX_bPBUbOT12w2zZtMgow/s1600/Convite.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="125" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnh3ujzhVJicOK5ORHjzSYJ8E4NpkhCcWSxqupMhXFlY06fNQ9au3HWnbSyR9-f-l3iV0TOyhX0O_8pF7J-dI0WMJGCH9s3ErC4SLc5ClCtIMRKu59wSX_bPBUbOT12w2zZtMgow/s400/Convite.jpg" width="400" /></a></div>
<br /><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-16538944316160527562016-12-13T16:15:00.002+01:002016-12-13T16:17:36.664+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdehMiUf_cagF4f4-r3FmrDf1JkStPSKrqn0rnzGqSWz6EMqpeAjUClBapnWEFCzb9GiHahA2BbSLCZfvFnV8MuOgxxwB669yH8pMDr4oGPxi8KPXchga2A146SdTsa2HqnH460w/s1600/Capa+do+Livro+1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdehMiUf_cagF4f4-r3FmrDf1JkStPSKrqn0rnzGqSWz6EMqpeAjUClBapnWEFCzb9GiHahA2BbSLCZfvFnV8MuOgxxwB669yH8pMDr4oGPxi8KPXchga2A146SdTsa2HqnH460w/s640/Capa+do+Livro+1.jpg" width="436" /></a></div>
<br /><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-13768720610550932092016-01-29T18:30:00.002+01:002016-01-29T18:30:50.716+01:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF6PMFEDquCVpDZFcGoSQGBG0_zxT_B29tsfsrw8UQQeN62bcUmvL73c229DuO3ns7zmKzLblXI8DGhhzsRxKnnJSk8bEDBSV-KNJZJTm8G_e_HwfxNAuide-9GOBZdXwlBI7kkQ/s1600/IFF02.png" imageanchor="1"><img border="0" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiF6PMFEDquCVpDZFcGoSQGBG0_zxT_B29tsfsrw8UQQeN62bcUmvL73c229DuO3ns7zmKzLblXI8DGhhzsRxKnnJSk8bEDBSV-KNJZJTm8G_e_HwfxNAuide-9GOBZdXwlBI7kkQ/s640/IFF02.png" width="640" /></a><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-59642736212670879932016-01-29T17:47:00.001+01:002016-01-29T18:16:36.090+01:00<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtyqx00YChs0pDub_1u-zOe-Zs73eow-Hz_ZEKF8AH_WdjuVR7r6Dg2f7JR02OZGzNqiJoTHgPrm_dg437W5ui_I2-VJHLhLFWo1vKI5xbiCZg9G6F9WpoMu96Z2ocGhOrIb-A0A/s1600/Cartaz_Sete-e-Meio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtyqx00YChs0pDub_1u-zOe-Zs73eow-Hz_ZEKF8AH_WdjuVR7r6Dg2f7JR02OZGzNqiJoTHgPrm_dg437W5ui_I2-VJHLhLFWo1vKI5xbiCZg9G6F9WpoMu96Z2ocGhOrIb-A0A/s640/Cartaz_Sete-e-Meio.jpg" width="425" /></a></div>
<div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-24074784671521134392016-01-29T15:51:00.001+01:002016-01-29T15:53:45.568+01:00 “7 ½ ” – 2014 (Curta-metragem Ficção em HDV) de Mário V. Almeida (autor deste blogue)<i style="background-color: white; color: #444444; font-family: Calibri, sans-serif; font-size: 15px; line-height: 21.3px; text-align: justify;"><span style="color: #1155cc; font-family: "arial narrow" , sans-serif; font-size: 12pt; line-height: 22.72px;"><a class="c_nobdr t_prs" href="https://youtu.be/A-vtRxR1Zu4" style="color: #0068cf; cursor: pointer; font-weight: inherit; line-height: 22.72px; outline: none;" target="_blank">https://youtu.be/A-vtRxR1Zu4</a></span></i><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-28352595268785393412013-06-18T18:45:00.002+02:002016-01-29T18:09:05.687+01:00Exibição: 27 de Junho (3.ª feira) - 09h30 - Auditório da Universidade de Cabo Verde<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwSehyN7dB6O1JRG-ywXp8BmSqWZkVWqIMTRFCE8PPHBZmAiLz3G23UCxPln3I8gT1h8FDNII0OfHgrNMMva29IhgMdxbxuN53tPgjIHmAzwmM1M8t3ppwxFiew8RunAuCK1wwrw/s1600/cartaz+filme.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwSehyN7dB6O1JRG-ywXp8BmSqWZkVWqIMTRFCE8PPHBZmAiLz3G23UCxPln3I8gT1h8FDNII0OfHgrNMMva29IhgMdxbxuN53tPgjIHmAzwmM1M8t3ppwxFiew8RunAuCK1wwrw/s1600/cartaz+filme.jpg" width="426" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<strong>"A RAPARIGA" (17'53'' Thrillet/Suspense) Dir.: Mário V. Almeida</strong></div>
<div style="text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<strong>Sinopse</strong>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Sena é um fotógrafo profissional que leva uma vida de trabalho. Vive com uma rapariga modelo de quem cuida como se fosse uma peça de arte. A sua convivência começa a assumir contornos estranhos com o silêncio da rapariga a persistir entre ambos. Cada vez mais indiferente a ela e perdido nas suas visões, Sena entra numa escalada de loucura, mistério, alienação e morte.
</div>
<div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-83256331626494131352013-03-03T17:38:00.001+01:002013-03-03T17:44:01.594+01:00ACERCA DO DESEJO DE AFIRMAÇÃO<span style="text-align: justify;">Numa sociedade mediatizada o desejo de afirmação dos jovens está em íntima relação com a crise conjuntural de identidade e, consequentemente, com o binómio criminalidade - criatividade. Este triângulo de implicações mútuas tem criado um negócio desprezível no mundo do entretenimento e meios de comunicação de massas no qual não se nota a criação de valor. Como atesta Vilches (2006) na sua análise sobre este tópico o que se assiste, actualmente, neste sector é «uma gestão brilhante em negócios cada vez mais degradados» (Vilches, 2006:158). </span><br />
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nos dias que correm qualquer jovem munido de mini-sistema de gravação e software de criação de <i>beats </i>pode criar o seu próprio discurso sobre a sua vida e o seu bairro, ou, nos melhores casos, sobre a vida social e política. Seguindo-se à cena internacional, em Cabo Verde, o discurso rap urbano que, praticamente, incorpora a atitude dos jovens invadiu os mass media e os assuntos nele presentes não diferem muito um do outro. Já houve, porém, propostas interessantes como as do agrupamento «Rapaz 100 Juiz», Expavi e, muito recentemente, a de Batchart. Ressalve-se que numa sociedade mediatizada a criação de valor deveria ser uma constante sob pena de cairmos na entropia e embasbacamento. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E de notar que, entre aquilo que é vivido nas comunidades por esses jovens e o que transparece na arte há uma distância. Essa distância tende a abolir-se em «benefício exclusivo do modelo», como defende Baudrillard (1991), criando uma terceira e nova categoria de simulacro com base na hiper-realidade: o simulacro da simulação, ou seja, «(…) os modelos já não constituem uma transcendência ou uma projecção ; já não constituem um imaginário relativamente ao real, são eles próprios antecipação do real (…)» (Baudrillard, 1991: 152). Convém lembrar, aqui, que o som dos tiros de armas de fogo nas gravações da Death Row Records sobretudo as de 2PAC, não só tinham o intuito de arte como o de incitamento à violência e ao crime. O assassinato de 2Pac e o ferimento de Suge Khight naquela fatídica noite em Los Angeles, no ano de 1996, foi apenas o culminar e coroar de um fenómeno de proporções dantescas. Esse epicentro histórico na comunidade hip hop afro-americana constitui o modelo «cibernético» ao qual os jovens, pelo mundo fora, se atêm, perpetuando uma prática que, na origem, tinha motivações díspares e contextualizadas. Como modelo a imitar sobrevive menos o «2Pac poeta» do que o «2Pac gangster» e, de uma certa forma, estar entre a criminalidade e a criatividade é intuir uma ou outra dominante do fenómeno 2Pac. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os jovens que estão no esteio desse discurso hip hop constituem uma comunidade imaginada que esbarra na cultura nacional que também tem a sua comunidade imaginada. Hall (2006: 52-56) discorrendo sobre a questão da identidade cultural, no contexto da pós-modernidade, e num capítulo dedicado as culturas nacionais como comunidades imaginadas, identifica 5 grandes narrativas culturais: em primeiro lugar, a narrativa da nação, ou seja, aquilo que diz a história e literatura nacional, tal como a história da independência nacional e do dealbar da democracia; em segundo lugar, a narrativa que assenta as suas bases na tradição e intemporalidade e no incessantemente vivido, como aquelas pequenas coisas que nos tornam efectivamente crioulos cabo-verdianos (e não europeu ou africano): em terceiro lugar, as narrativas baseadas nas ritualizações e tradições inventadas como a banderona ou tabanka; em quarto lugar, a do mito fundacional, isto é, uma narrativa que aponta para as origens da nação, como o mito das Hespérides; por último, a narrativa cultural que reivindica a pureza e originalidade do folclore nacional sem paralelo em outras paragens, como a nossa morna, por exemplo. Nesta perspectiva, o discurso <i>hip hop</i> urbano aparece como a modernidade que confronta as referidas narrativas e que surge do impacto da última fase da globalização sobre as identidades nacionais. Segundo Hall (2006) uma das características dessa modernidade é a «compressão espaço-tempo» que constitui «a aceleração dos processos globais, de forma que se sente que o mundo é menor e as distâncias mais curtas, que os eventos em um determinado lugar têm um impacto imediato sobre as pessoas e lugares situados a uma grande distância» (Hall, 2006:69). Os sistemas de representação que surgem no seio dessa modernidade constituem, para o autor, o ónus da questão, uma vez que a sua configuração e reconfiguração «têm efeitos profundos sobre a forma como as identidades são localizadas e representadas». Os jovens munidos de um ipod ou de um ipad constroem o seu imaginário moderno, com base nos filmes, videoclips e canções internacionais de moda, mas as suas culturas autóctones concretas fazem apelos a uma parte diferente da sua identidade própria. É nesse pêndulo entre a tradição e a modernidade que emerge a criatividade nos jovens. Neste particular, o autor considera o retorno ao local e ao étnico, um dos aspectos da pos-modernidade. O trabalho artístico de grupos teatrais recentes têm ensaiado esse retorno ao étnico e dessa tendência destaca-se nas obras de João Pereira (Tikai) e de Gil Moreira que recorrem, inteligentemente, ao audiovisual para sustentar o seu ímpeto criativo.</div>
<div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-19498631550408706542012-06-12T14:40:00.000+02:002012-06-12T14:43:02.720+02:00CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS CULTURAIS NA TCV (4)<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="color: #000706; font-size: 11pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Conclusivamente, (relativamente aos conteúdos culturais na TCV) h</span>á que ponderar a figura de um Provedor que sonda o mercado e a audiência, mantendo-se fiel aos princípios liberalizantes das sociedades democráticas modernas. Uma medida que deve ser equacionado no sentido de evitar tendências demasiado corporativas face aos colectivos de civis, cidadãos, telespectadores, adultos e crianças. </span></span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-18073815832107155672012-06-11T16:00:00.000+02:002012-06-12T14:40:30.093+02:00CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS CULTURAIS NA TCV (3)<strong><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Da intersubjectividade e do “xamanismo” televisivos.</span></strong><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Na obra, editada em parceria com Daniel Dayan, <em>A história em directo. Os acontecimentos mediáticos na televisão</em>, Elihu Katz (1999), num capítulo intitulado <em>“Lar como espaço público”,</em> corrobora uma ideia, formulada em 1948, por Lazarfeld e Merton, de que os noticiários televisivos comportam uma ilusão de participação política e que, normalmente, as pessoas «transportam» a informação que recebem dos noticiários televisivos para discussões públicas em sedes locais dos partidos, corredores, bastidores, ou cafés. Acrescenta, ainda, que se tornou difícil separar os efeitos da televisão dos efeitos persuasivos do próprio acontecimento. (Katz, 1999:130). Assim, uma transmissão em directo de uma tomada de posse presidencial pode ter sucesso como acontecimento mediático e definir uma nova era na cabeça das pessoas mas, neste caso, que efeito poderia ser equacionado para um programa televisivo religioso como a Eucaristia Dominical, transmitido todos os Domingos na TCV? Para todos os efeitos, o resultado que se almeja é que a Eucaristia Dominical, ao ser transmitida em directo, para todo o país, pondo a igreja no centro dos acontecimentos, estruture as famílias e as relações sociais de uma forma mais consentânea com os princípios cristãos, num alargamento do seu raio de influência. Nos termos aqui propostos (relativo a conteúdos programáticos culturais) seria, por certo, mais eficaz (para essa camada de espectadores cultos e esclarecidos) um programa que explicasse, por exemplo, as origens do cristianismo e que não nos leve a ter que esboçar um sinal de incompreensão face ao olhar insistente de uma religiosa na direcção da câmara (ecrã para nós) ou nos «obrigue» a ajoelharmo-nos à frente do televisor. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Uma missa dominical na televisão nunca chega a ser «natural», na perspectiva antropológica da qual partimos. Num espaço comunicacional negociado pode chegar, até, a perder o seu significado eucarístico e religioso, simplesmente, por não ser a sua forma própria de mediatização. Porém, compreende-se que se deve equacionar a questão do tempo em que vivemos e a premência de se adaptar as novas tecnologias de comunicação e informação às necessidades da igreja contemporânea.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">O mesmo «xamanismo» televisivo acompanha as transmissões em directo dos inúmeros festivais de música e debates parlamentares que criam, em uníssono, uma ilusão de participação que origina, por sua vez, uma comunidade virtual de relações distanciadas da realidade essencialmente diferente da que é vivida pelos presentes em tais acontecimentos. Essa onda de transmissões em directo da televisão pública camufla, porém, uma outra realidade: a incapacidade de produzir programas inovadores de conteúdos culturais. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-63606081797969949362012-06-07T12:47:00.000+02:002012-06-07T12:47:48.040+02:00CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS CULTURAIS NA TCV (2)<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Com o processo de digitalização completa dos estúdios a aposta da TCV tem-se virado, actualmente, para grandes formatos. Basta olhar para o esforço encetado, ultimamente, por este canal em equilibrar uma certa identidade nacional com uma espécie de aculturação, como é o caso específico do programa matutino <strong>«Show da Manhã»</strong> , que se aproxima de uma outra forma de fazer televisão, que já fez escola, ao combinar valores universalistas, de sã convivência, com entretenimento. Um tipo de programa que deve ganhar a sua especificidade na transmissão em directo porque envolve actualidade, instantaneidade e realidade vivida no presente momento. O objectivo desse tipo de programas é o de acompanhar as pessoas no seu dia-a-dia, geralmente donas de casa e crianças. A sua reposição, por contingências de produção, como tem acontecido tantas vezes na TCV, é um contra-senso. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><strong>A questão de se saber se a TCV dá uma resposta variada à situação cultural cabo-verdiana actual nunca poderia ser afirmativa à luz das novas propostas</strong> culturais, urbanas, e de incursão em novos formatos televisivos como <em>talk shows</em>, <em>comics</em>, contra-informação política, programas especializados de cultura e arte apresentados por jornalistas também especializados, ou à vista das novas experimentações visuais e estéticas que o audiovisual tem sofrido nestes últimos anos. Ao não abrir-se a novas manifestações a TCV perde elasticidade na abordagem aos assuntos, fenómeno que, segundo Katz (1999), ocorre, em maior ou menor grau, sempre que os conglomerados técnicos são reformulados para uma reprodução em massa. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Para darmos conta disso basta observar o conteúdo dos dois programas culturais actuais mais destacados - <strong>“26 minutos com…”</strong> e <strong>“Código de Vida”</strong> -, que já não conseguem ir para além do mero perfil artístico dos representantes da nossa cultura (a maior parte delas pertencentes ao mundo da música) num registo <em>warholiano</em> daquela que é uma espécie de Fábrica da Cultura Cabo-verdiana. Acresce a isso outras lacunas, no conjunto da programação, que se prendem com elementos como o horário de programação, a classificação das audiências e o contacto profissional com novos estilos audiovisuais e géneros televisivos, como por exemplo, os chamados documentários de criação , que ainda não são considerados em toda a sua complexidade imagética e no seu impacto na formação do conhecimento e das mentalidades. Actualmente, a maior parte dos programas de conteúdos culturais enquadram-se no género televisivo reportagem, em vez da abordagem a um estado real das coisas que o género documentário compreende, isto é, narrativas e visões particularizadas de quem vive permanentemente um conjunto de situações para depois os exprimir com tempo e dinheiro.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-88421132912788211412012-06-05T12:08:00.001+02:002012-06-05T12:09:59.955+02:00CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS CULTURAIS NA TCV (1)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOUQPFNiMy6bfaGm6tsYTo8HqwKZW_sOUSEflg3OhT_8bqbzUcTYW0AAQ4ZXPny69sIc3Om4IddViLfhSLxSO0R68ZpieJJlLor2hJbtTd22okQXtqo-MV0EmB-A-aapgByqEDFw/s1600/1_26minutos16jul2011_canais.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="237" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOUQPFNiMy6bfaGm6tsYTo8HqwKZW_sOUSEflg3OhT_8bqbzUcTYW0AAQ4ZXPny69sIc3Om4IddViLfhSLxSO0R68ZpieJJlLor2hJbtTd22okQXtqo-MV0EmB-A-aapgByqEDFw/s320/1_26minutos16jul2011_canais.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: 150%; text-align: center;">
<b><span lang="PT" style="font-size: 13pt; line-height: 150%;">A cultura
na sua vertente ideológica.</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
A cultura crioula
sempre esteve aí, no seio do povo como factor identitário que recebe, desde
sempre, os reflexos da globalização e das novas tecnologias de comunicação e
informação. Mas, fundamentalmente, é preciso entender que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">a cultura sempre esteve ligada à ideologia</b>, como defende Geertz. Por sua vez, Hall (2009) explica como é que a ideologia actua sobre o discurso
e actua dentro dela. Essa actuação deve-se à conotação que qualquer discurso
detêm, isto é, o seu sentido é menos fixo e mais fluido do que a simples
denotação. Segundo ele, regra geral, raramente os signos organizados em discurso
significarão somente seus sentidos «literais» (Hall:2009) dependendo de seu
posicionamento no campo discursivo, como afirma na seguinte passagem:</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: 150%; margin: 0pt 75.9pt 10pt 72pt; text-align: justify;">
<i><span lang="PT" style="font-size: 10pt; line-height: 150%;">“O nível de conotação do signo visual, de sua referência
contextual e do seu posicionamento em diferentes campos discursivos de sentido
e associação, é justamente onde os signos já codificados se interseccionam com
os códigos semânticos profundos de uma cultura e, assim, assumem dimensões
ideológicas adicionais e mais activos.”
[HALL, 2009: p. 373]</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: 150%; margin-right: -2.1pt; text-align: justify;">
Desde as primeiras emissões deste canal público que a preocupação de trazer
a cultura cabo-verdiana ao ecrã se impôs naturalmente, tendo iniciado com os
concertos em estúdio de grupos musicais ou pequenas reportagens com artistas e
artesãos. Mais tarde assistiu-se, nos anos 90, ao recrudescer da tradição
santiaguense e a um revivalismo na música e na escultura, com manifestações
folclóricas que tiveram, naturalmente, uma clara repercussão nos programas de
televisão e nas práticas de produção audiovisual de grupos<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=22743595#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[1]</span></span></span></a>. Esse fenómeno social e
cultural é o resultado daquilo que Geertz alega como sendo <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“uma tensão que tem como resposta a ideologia”</b>. Nesta linha de
ideias, pensamos que a «confluência de uma tensão sócio-psicológica» que vem
desde o período colonial prepararia o cenário para o aparecimento de ideologias
que preconizam o revivalismo cultural de Santiago, o que criou de modo
catártico um cenário cultural em ruptura completa com o passado colonial
recente, deslocando o epicentro cultural de S. Nicolau, Mindelo e suas noites
de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">mornas</i> e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">coladeiras</i> para uma cidade da Praia prenhe de valores autóctones recalcados,
nomeadamente, o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">batuque</i>, o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">funaná</i> e a variante da língua crioula de
Santiago. Referimo-nos, aqui, a uma querela sobejamente conhecida, polemizada e
vivida de há duas décadas para cá, e que envolve intelectuais, homens da
cultura, que se dividem em «puristas» do folclore santiaguense, «modernistas»
mindelenses, «saudosistas» do antigo seminário de S. Nicolau, e, de um modo
geral, os inconformados com a actual situação vivida na cultura cabo-verdiana.
</div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<br />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=22743595#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Garamond","serif";"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 10pt; line-height: 115%;">[1]</span></span></span></span></a><span lang="PT" style="font-family: "Garamond","serif";"> Sobre este
assunto consultar a obra <i>«Cultura Audiovisual em Cabo Verde»</i> de Mário Vaz
Almeida editado pela SOCA Edições em 2010. </span></div>
</div>
</div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-53643386951718855262012-06-04T16:24:00.001+02:002012-06-05T12:10:47.325+02:00CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS CULTURAIS NA TCV<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWEmqbFBmfM2owgWAjwXj2v2BsbAmmYhYaqJj5eHCEDtYkAe8DjnMqqNxHLXBzlkWpmCHTjAxX-YnoLwSZXZc5mfuKXl8d7odXqUdvYDwbfodC6J51Kz5mIAK8UPR64Oys3dQ4lA/s1600/logo_tcv.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" fba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWEmqbFBmfM2owgWAjwXj2v2BsbAmmYhYaqJj5eHCEDtYkAe8DjnMqqNxHLXBzlkWpmCHTjAxX-YnoLwSZXZc5mfuKXl8d7odXqUdvYDwbfodC6J51Kz5mIAK8UPR64Oys3dQ4lA/s1600/logo_tcv.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><b><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;">Esta nova série de artigos (<u>que escrevi para a revista "Contacto" da Uni-Piaget de Cabo Verde</u>) avalia os produtos audiovisuais produzidos pela Televisão de Cabo Verde (TCV), no quadro da cultura cabo-verdiana enquanto processo de criação e de transformação dos valores culturais, relacionando-os com o factor ideológico-político. Baseando-se na teoria de acção comunicacional de Stuart Hall, explanado no surpreendente artigo <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Encoding /Decoding</i>, aborda o modo como a cultura e a recorrente ideologia política condiciona a emergência de novos produtos audiovisuais, com discurso «significativo», no referido canal público de televisão.</span> </b></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"></span><span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 10pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: "Trebuchet MS",sans-serif;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm -2.1pt 10pt 0cm; tab-stops: 441.9pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; font-size: small;"><b><u>A cultura na sua vertente comunicacional.</u></b></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Interessa-nos, antes de mais, a área da cultura, vista aqui na perspectiva de Geertz quando este afirma que <i>“a cultura não são cultos e costumes, mas as estruturas de significado através dos quais os homens dão forma á sua experiencia.”</i> (Geertz, 1989: 135). Nesta perspectiva a cultura aparece-nos no seu aspecto muito mais dinâmico, como algo de natureza fluida que se vai reconfigurando ao longo do tempo. Ainda, na perspectiva de Geertz, uma das propriedades da cultura é que o seu significado é público, porém, a nossa análise não pretende esgotar, neste artigo, a posição antropológica desse autor sobre este aspecto da vida cultural, que ele dedica a Indonésia de Sukarno, nos anos 60, relacionando-a com o peso da ideologia da época. Inspiramo-nos, antes, numa matéria já explorada por Edward T. Hall (1984), antropólogo norte-americano, que, na sua obra Le Langage silencieux afirma que a cultura é comunicação e que para compreendê-la há que estudar o funcionamento da sua linguagem intrínseca. Pretendemos, quando muito, partir dos diferentes momentos «espácio-temporais» de inter-relacionamento, em contexto cultural, para dar conta do que é conduzido a visibilidade e a representação como «discurso significativo», num processo submetido a escolha, predilecção, aceitação ou rejeição dos referidos programas televisivos. Actuando, fundamentalmente, na esfera dos estudos culturais de Stuart Hall (2009) e do modelo teórico-cultural e comunicacional que ele desenvolveu no período entre 1969 a 1976, trazemos a questão dos conteúdos mediáticos enquanto reflexo dos valores, crenças sociais e culturais, isto é, enquanto indicador «cultural», ao mesmo tempo que empreendemos uma análise ao <i>«conteúdos dos media como reflexo dos valores e crenças sociais».</i> (McQuail, 2003: 309) .</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">Apesar do que afirma Geertz, que <i>«uma das coisas que quase todo o mundo conhece mas não sabe muito bem como demonstrar é que a política de um país reflecte o modelo de sua cultura”</i> (Geertz, 1989: p.135), tal não nos inibe de perguntar porque é que, até hoje, ainda não se viu uma contra-informação política e humorística na televisão pública nacional cabo-verdiana? O mais perto que estivemos em relação a este aspecto foi com o programa cultural “180º” apresentado por Abraão Vicente na temporada 2009, na Televisão de Cabo Verde no qual se discutiam problemas políticos, sociais e culturais do país numa óptica de livre expressão e sentido de humor, resvalando, não raras vezes, para a ironia e sarcasmo. O programa não sobreviveu muito tempo tendo sido impedido de avançar com mais edições. Porquê? <b>A nossa resposta é simples: porque se trata de uma questão cultural</b>. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"><br /></span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-27047140341326446032012-05-30T15:32:00.000+02:002013-06-11T19:38:21.339+02:00PRELÚDIOS SOBRE O ESTATUTO DO ARTISTA (7)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizFAcmSULr4-vfzGL04KjYmQjtI_BcERO9pAhsaFll8bwJ2utCR9EACkaFTu1uvJdskVqHGK1RgABycnUt-zvL5QUFczYvmNn9nfv-QkoT4PRbELjzvyd8NK5jW1kDrZ9lLaFQeQ/s1600/MICROCINE.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizFAcmSULr4-vfzGL04KjYmQjtI_BcERO9pAhsaFll8bwJ2utCR9EACkaFTu1uvJdskVqHGK1RgABycnUt-zvL5QUFczYvmNn9nfv-QkoT4PRbELjzvyd8NK5jW1kDrZ9lLaFQeQ/s320/MICROCINE.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u>A 7.ª Arte e o Público</u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<div class="MsoFootnoteText" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11pt;">Vejamos como Hauser (2000) </span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">olha para </span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;">a questão do «público» no domínio da </span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">7.ª Arte</span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;">: segundo este autor</span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"> a massa de espectadores, no cinema, dificilmente poderia ser qualificada de «público» “visto que só um grupo mais ou menos constante de patronos pode ser descrito como tal: um grupo que, em certa medida, é capaz de garantir a continuidade de produção num certo campo da arte diversa”. </span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;">Ora bem, </span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">essa continuidade de produção só acontece por </span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;">essa discreta realidade a </span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">que Dickie (2008) </span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;">se refere: [</span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">o espectador</span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;">] </span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">«não reage ao que é artisticamente bom ou ruim, mas a impressões pelas quais se sente tranquilizado ou alarmado em sua própria esfera de existência». </span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;"></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">Porém, se levarmos em conta o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">cinema de autor</b> ou <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">cinema de arte</b> (terminologia utilizada por João Bernard da Costa), a dicotomia colectivismo artístico vs. personalidade de artista ameniza-se e pode-se afirmar, seguramente, que existe um público fiel ao cinema de L. Buñuel ou que há um público afecto ao estilo cinematográfico <i style="mso-bidi-font-style: normal;">indie </i>de Jim Jarmusch. É isso que move os cinéfilos e as cinematecas, uma realidade distante das grandes produções e hiper-salas de cinema comerciais: é que, para um cinéfilo inveterado, um Orson Welles ruim, provavelmente, valerá mais do que um excelente Tony Scott. </span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;"></span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
A experiência, ao longo da história, deixa em aberto a questão das fronteiras da arte no cinema, desde sempre alarmada por transgressões de ordem estética e formal. Quanto ao público torna-se cada vez mais difícil delimita-lo por ser cada vez mais heterogéneo e fragmentado no seu funcionamento e pelo acesso multi-mediático e cibernético de que beneficia relativamente às obras cinematográficas dos artistas. </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; font-family: Georgia,'Times New Roman',serif;">
<br /> </div>
<div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-59612014463927136072012-05-29T14:37:00.001+02:002013-06-11T19:40:29.279+02:00PRELÚDIOS SOBRE O ESTATUTO DO ARTISTA (6)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbvWQJUHy9Zu_8k0-beEWCnJNkOis8tNmn6katXeNHXuQAYH3zkuc_YDIhHILq4yRTjNEtzJ33wrMW-Xo8GS8cwHH9UWxCZ2zq2BgSlbZmlGkxTL5CjPUCApa114D1UsEwzwp6Tw/s1600/image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbvWQJUHy9Zu_8k0-beEWCnJNkOis8tNmn6katXeNHXuQAYH3zkuc_YDIhHILq4yRTjNEtzJ33wrMW-Xo8GS8cwHH9UWxCZ2zq2BgSlbZmlGkxTL5CjPUCApa114D1UsEwzwp6Tw/s320/image.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;">
<b><u>A 7.ª Arte e o Artista</u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<b><u><br /></u></b></div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Pressupor o que, no <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">cinema</b>, se deve considerar <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Arte </b>coloca em jogo muita coisa. Numa das obras literárias mais singelas sobre o cinema Martin (2005) afirma que, em relação a linguagem cinematográfica, duas tendências se afirmaram desde sempre: primeiro, o uso de meios “cinematográficos” de expressão (cortes de planos, efeitos especiais, etc) e, segundo, uma narrativa clara sem cortes, o que se convenciona chamar de <i style="mso-bidi-font-style: normal;">«une piéce bien faite»</i>. Nesta distinção não está, porém, definida a fórmula para aquilo que se considera Arte. Normalmente, o público que se formou na primeira tendência tem problemas em encarar a segunda e vice-versa. São, de facto, dois «grupos de apresentação» diferentes. </div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Em termos estéticos a questão do que é Arte, e do que não é, se agrava quando se trata, por exemplo, do género<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> documentário.</b> Segundo Hauser (2000), com o filme documentário surge a necessidade de mostrar a realidade «como realmente ela é» ou, com certa frequência, mesmo, mediante a «completa renúncia da arte». O autor vai mais longe e atesta: </div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0pt 60pt 10pt 66pt; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">“Em nossos dias o prestigio da estética está sendo corroído de muitas maneiras. O documentário, a fotografia, as reportagens jornalísticas, o romance-reportagem já não são arte na antiga acepção da palavra. Além disso, os mais inteligentes e mais talentosos representantes desses géneros não fazem nenhuma questão que seus produtos sejam descritos como «obras de arte»” (pp.990) </span></div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: 'Helvetica Neue',Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
Muitos destes novos realizadores de documentário admitem, segundo Hauser, que os seus trabalhos são <i style="mso-bidi-font-style: normal;">«sub-produtos»</i> que surgem «ao serviço de um propósito ideologicamente condicionado» e quando o seu trabalho é considerado Arte deve-se ao reconhecimento de uma comunidade de artistas, que acaba por funcionar como «grupo de apresentação», na linha conceptual de Dickie. É o caso de Michael Moore que, ironicamente, é agraciado pela comunidade artística de Hollywood ao receber a Palma de Ouro<i> </i>no <span style="color: windowtext;">Festival </span>de Cannes 2004, não pelo tema documental explorado, mas, sim, pelo uso inteligente das técnicas da linguagem cinematográfica e pela arte do cinema. Foi isso o que Quentin Tarantino sussurou, nessa altura, no ouvido deste realizador estado-unidense,: <i>“we want you to know that it was not the politics of your film that won you this award. We are not here to give a political award. Some of us have no politics. We awarded the art of cinema, that is what won you this award and we wanted you to know that as a fellow filmmaker”. </i></div>
<div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-57715248453980009762012-05-28T12:07:00.002+02:002012-05-28T12:08:36.670+02:00PRELÚDIOS SOBRE O ESTATUTO DO ARTISTA (5)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg60ZiXiXwb06nTS5V4moSQPiqBwU3jodmtIrAW7FIkPexMaDjPi9fDoJqPaged8j43SKmCeZfSGeuRLp2HMzja01BwD1cB6bpsi9WttM8wRQbdqAGEfONPOtxzhNb4TPsbtN67hA/s1600/van_gogh_3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" qba="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg60ZiXiXwb06nTS5V4moSQPiqBwU3jodmtIrAW7FIkPexMaDjPi9fDoJqPaged8j43SKmCeZfSGeuRLp2HMzja01BwD1cB6bpsi9WttM8wRQbdqAGEfONPOtxzhNb4TPsbtN67hA/s320/van_gogh_3.jpg" width="292" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;"><em>Van Gogh (1889) Auto-Retrato</em></span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<strong><span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">O Reconhecimento do Artista </span></strong></div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Apesar de aplicada ao contexto do multiculturalismo, a tese sobre a política de reconhecimento que Taylor (1993) escreveu esclarece, igualmente, para a Arte, a questão de «identidade» e de «reconhecimento», termos que ele diferencia como sendo duas realidades distintas: a primeira deriva de um conceito moderno que implica troca e a segunda resulta de um conceito pré-moderno, que carrega consigo a noção de distinção. Para esse autor apesar da «identidade» ser um processo interior e original ela não é alvo de um reconhecimento a priori, mas, sim, algo que deve conseguir-se através da troca, caracterizada pela avaliação sócio – afectiva. Deste modo, a sua tentativa é susceptível ao falhanço, ou seja, para Taylor «o que a idade moderna tem de novo não é a necessidade de reconhecimento mas sim as condições que podem levar uma tentativa de reconhecimento ao fracasso» (Taylor: pp. 55). Trata-se de um processo que ele descreve como tendo a seguinte lógica:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> </span><span style="font-family: Times, "Times New Roman", serif;"> identidade ---» distorções ---» denúncia de distorções ---» reconhecimento</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Ainda que consiga entrar nessa «festa dos artistas» para ganhar o Estatuto o indivíduo terá que passar por esse crivo moderno e, caso consiga isso, para não ser «rusga de certeza», terá, ainda, que responder pelo ideal de «autenticidade». Trilling (1969) , citado por Taylor (1993), escreve sobre isso em “Sincerity and Autenticity”e as explicações que este autor dá a propósito do ideal moderno de «autenticidade» podem traduzir-se, para este caso, numa simples questão: [eu, que sou artista] «consigo encontrar um modelo tal que me permita viver comigo mesmo de modo original num acto de introspecção a que S. Agostinho chama de «auto-consciência que ajuda a encontrar Deus»? (Entende-se Deus, aqui como esse lugar privilegiado que existe na nossa consciência: o princípio da criação). A resposta positiva a esta questão é, ainda, e só, um auto-reconhecimento. Uma vez que não existe Arte solipsista, e para que haja reconhecimento, é necessário haver um público, o tal «grupo de apresentação», que reconheça a obra e em relação ao qual se pode aplicar essa sinopse de Read (2007): “o caminho para uma apreciação autêntica da Arte passa pela Educação</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-70562613715431357312012-05-25T10:00:00.000+02:002012-05-25T17:31:58.963+02:00PRELÚDIOS SOBRE O ESTATUTO DO ARTISTA (4)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPK3Fq2h0OLTIe3W2OcC5VsjepGHLaBja4bzqWPqqyPAirmRzRHKc7OvY9IjKaK836g8YJdWqlTrmnLLco9CfgLTQdB_eG_L-82QEp1XvQ31pU4v1mSlfQEN7szq8PQFCxwie7cg/s1600/charlie-parker-TXPT_o_tn.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPK3Fq2h0OLTIe3W2OcC5VsjepGHLaBja4bzqWPqqyPAirmRzRHKc7OvY9IjKaK836g8YJdWqlTrmnLLco9CfgLTQdB_eG_L-82QEp1XvQ31pU4v1mSlfQEN7szq8PQFCxwie7cg/s320/charlie-parker-TXPT_o_tn.jpg" width="212" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Papel do Artista e o Público</b></div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">
Dickie (2008) defende que a ideia das teorias tradicionais de que o papel do artista é simplesmente o de produtor de representações, formas simbólicas, expressões, ou algo semelhante, torna-se limitada. Segundo este autor, o papel do artista tem de ser mais do que a produção de todos os tipos de coisas equacionados pelas teorias tradicionais pois a sua actividade excede em muito o simples entendimento e o fazer existente nas artes tradicionais. Essa dimensão extrapolada do papel do artista é descrita, pelo autor, na seguinte passagem:</div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">
</div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; margin: 0pt 60pt 10pt 78pt; text-align: justify;">
<i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">“Sempre que um artista cria Arte, fá-lo para um público</span></b><span lang="PT" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">. Consequentemente, o enquadramento tem de incluir um papel para o público a quem a arte é apresentada. Claro que, por várias razões, muitas obras de arte nunca são apresentadas, de facto, a qualquer público.” (pp. 141)</span></i></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"> Sendo assim, levanta-se a questão: “<u>o que é um público no mundo da Arte?</u>”. A resposta de Dickie (2008) é de que o público não é apenas um conjunto de pessoas mas, sim, algo que se pode chamar de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">«grupo de apresentação» </b>que tem, segundo o autor, dois aspectos centrais: “primeiro, um aspecto geral, característico de todos os públicos, nomeadamente, a percepção de que o que lhe apresentam é Arte e, segundo, a capacidade e sensibilidade que permitem percepcionar e compreender o tipo particular de Arte que se lhe apresenta” (Dickie, 2008: pp. 142). Isso significa que pode ocorrer o caso de um artista produzir arte e não ter público, isto é, ter apenas um conjunto de pessoas que não está a compreender nada. Alguma vanguarda artística é confrontada com essa realidade o que nos empurra, necessariamente, na direcção de uma outra abordagem, com apreensão de aspectos estético-político da Arte, em geral. Quais as implicações disso para a criação d’ O Estatuto do Artista? A resposta é que, para ser algo operacional, o Estatuto deverá manter, no seu cerne, os conceitos-âncora <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">artista – público</i> </b>e esperar a plena assunção de uma provável vanguarda artística que se debate, ainda, com questões culturais e de “motivação”. </span></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoFootnoteText" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">Nesta óptica, segundo Hauser (2000), a rede de relações que se desenvolve entre o artista e o seu público é tão mais complexa quanto o nível de cultura praticado e o quadro social em que estiverem inseridos. Para uma vanguarda artística o «<i style="mso-bidi-font-style: normal;">background</i> social» assume contornos mais obscuros uma vez que se está à procura de leis próprias. Pode-se compreender aqui a angústia de Charlie Parker no longo acordar do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">be bop</i> no cenário da Música Jazz , sob o fundo eminentemente social dos praticantes do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">middle jazz</i>. O génio deste <i style="mso-bidi-font-style: normal;">jazzman</i> ainda não tinha público, antes dos anos 40. </span><br />
<br />
<!--[if gte mso 9]><xml>
<w:WordDocument>
<w:View>Normal</w:View>
<w:Zoom>0</w:Zoom>
<w:TrackMoves/>
<w:TrackFormatting/>
<w:PunctuationKerning/>
<w:ValidateAgainstSchemas/>
<w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid>
<w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent>
<w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText>
<w:DoNotPromoteQF/>
<w:LidThemeOther>EN-US</w:LidThemeOther>
<w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian>
<w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript>
<w:Compatibility>
<w:BreakWrappedTables/>
<w:SnapToGridInCell/>
<w:WrapTextWithPunct/>
<w:UseAsianBreakRules/>
<w:DontGrowAutofit/>
<w:SplitPgBreakAndParaMark/>
<w:DontVertAlignCellWithSp/>
<w:DontBreakConstrainedForcedTables/>
<w:DontVertAlignInTxbx/>
<w:Word11KerningPairs/>
<w:CachedColBalance/>
</w:Compatibility>
<m:mathPr>
<m:mathFont m:val="Cambria Math"/>
<m:brkBin m:val="before"/>
<m:brkBinSub m:val="--"/>
<m:smallFrac m:val="off"/>
<m:dispDef/>
<m:lMargin m:val="0"/>
<m:rMargin m:val="0"/>
<m:defJc m:val="centerGroup"/>
<m:wrapIndent m:val="1440"/>
<m:intLim m:val="subSup"/>
<m:naryLim m:val="undOvr"/>
</m:mathPr></w:WordDocument>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml>
<w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="267">
<w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/>
<w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/>
</w:LatentStyles>
</xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]>
<style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0pt 5.4pt 0pt 5.4pt;
mso-para-margin:0pt;
mso-para-margin-bottom:.0001pt;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:"Times New Roman";
mso-fareast-theme-font:minor-fareast;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;}
</style>
<![endif]-->
<div class="MsoFootnoteText" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">Sobre esse assunto
Hauser (2000) </span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;">pressupõe um</span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"> quadro de maior complexidade</span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;"> ao afirmar que</span><span lang="PT" style="font-size: 11pt;"> </span><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;">“sempre houve um elemento de tensão entre a
qualidade e a popularidade da arte.” (pp.982).</span></div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><div class="MsoFootnoteText" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span style="text-decoration: none;"></span></span></u></b></div>
<br />
<span lang="X-NONE" style="font-size: 11pt;"><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif; font-size: x-small;">Na Foto: Charlie Parker </span></span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0Cabo Verde16.002082 -24.01319714.048831500000002 -26.5400525 17.9553325 -21.4863415tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-41328465868715281652012-05-24T13:20:00.003+02:002012-05-24T13:25:19.980+02:00PRELÚDIOS SOBRE O ESTATUTO DO ARTISTA (3)<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxjWCtxnEjHcNFTq0WleODf8nTtifdFMzAyymX-lcApm1JR7hCUq0f92w8OwKwSndv4tW4vCDMLxNAfVExYz6Zpz7pgEk3PiKSwG4wDEUlLJtXdZAz7iUKuq58sLQTypG5LeOG_A/s1600/picasso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxjWCtxnEjHcNFTq0WleODf8nTtifdFMzAyymX-lcApm1JR7hCUq0f92w8OwKwSndv4tW4vCDMLxNAfVExYz6Zpz7pgEk3PiKSwG4wDEUlLJtXdZAz7iUKuq58sLQTypG5LeOG_A/s320/picasso.jpg" width="268" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;"><span lang="PT" style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;">Pablo Picasso </span></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Garamond","serif";"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;">
<b><span lang="PT">O Artista e a
Criação</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="PT">Sobre a relação que o processo da criação na Arte mantêm com
as ideologias políticas, o estudioso Argan (1995) lança-nos este terrível
epigrama: “toda a arte do século XX está, directa, ou indirectamente,
relacionada com a situação política” (Argan,1995: pp. 39). Todavia destaca o
aparecimento da <i style="mso-bidi-font-style: normal;">École de Paris</i> como a
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">ars liberalis </i>autêntica, desligada da
política e dos «ismos» da arte contemporânea. (Argan, 1995: pp.41). No<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> tour de force</i> que o artista mantém com o
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">status quo</i> político poucos artistas
se podem dar ao luxo de permanecer em absoluto na esfera estrita da criação
artística. Neste particular, Argan refere a figura de Picasso que, segundo ele,
“permaneceu como o modelo do «génio criador» que muda de estilo sem perder a
sua própria consciência”. A sua invenção do cubismo, e a sua aventura pelo
surrealismo e abstracção geométrica, foi, na perspectiva deste autor, <i></i> (Argan, 1995). </span><span lang="PT"><i>«só para
demonstrar que, se as correntes e os movimentos têm todos uma razão de ser, não
constituem senão a oportunidade contingente de realizar aquela incoercível
actividade que é própria do artista (…).”</i></span><span lang="PT">. E teve ain</span><span lang="PT">da
tempo de se aproximar da vida política na esfera comunista, numa das diferentes
fases da sua vida. Nesta linha de ideias, a figura do artista identifica-se
com algo de mais intrínseco e inato, aquilo que faz existir o «génio criador»
de Picasso ou o «génio maldito», à semelhança de Rimbaud ou Charlie Parker. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="PT">Porém,
reivindicar a personalidade do artista tal como o fez o pintor e teórico
Cennini, no século XIV, não basta para definir a respectiva posição. É que todo
o artista deve ter um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">papel</b> na
sociedade e, fundamentalmente, um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">público</b>
(mesmo que seja reservado em tertúlias literárias
de cafés fumarentos<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>ou em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">jam
sessions</i> no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">backstage</i> de um bar <i style="mso-bidi-font-style: normal;">pub</i> qualquer). Na idade contemporânea, a
ideia de um artista que não sabe se explicar perante a obra entrou em desuso e
a sua Arte passou a estender-se, assim, ao modo como ele se expressa por
escrito ou oralmente sobre a obra produzida. Com a onda de pirataria epidémica
na música, e no audiovisual, é cada vez mais compreensível que assim seja,
pois, isso obriga o artista a desdobrar-se em concertos, <i style="mso-bidi-font-style: normal;">jam sessions,</i> workshops, palestras<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>e defesas de direito de autor alargando, assim, o espectro da sua
actuação enquanto criador da obra. </span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-67074522384043034952012-05-23T17:19:00.001+02:002012-05-23T18:41:08.902+02:00PRELÚDIOS SOBRE O ESTATUTO DO ARTISTA (2)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmZM-NDbA0uLt3SMYQWGBc-QfSk61J9iRIdbbfOcyInJQCQBw_0YErla3-gBREjTbx1FZwR4nEJpbpDkICpu7g0LUg1WHI-G2oHcVTej19xVrsmpcVpdp7hCFJgYcpo6DUGVbsnw/s1600/VELAZQUEZ_LAS_MENINAS_1656.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmZM-NDbA0uLt3SMYQWGBc-QfSk61J9iRIdbbfOcyInJQCQBw_0YErla3-gBREjTbx1FZwR4nEJpbpDkICpu7g0LUg1WHI-G2oHcVTej19xVrsmpcVpdp7hCFJgYcpo6DUGVbsnw/s320/VELAZQUEZ_LAS_MENINAS_1656.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-family: "Garamond","serif";"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;"></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT" style="font-family: "Garamond","serif";"><span style="font-size: x-small;"><span style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;">Diego Velásquez, <i>Las Niñas</i>.(1656) </span></span></span><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT" style="font-family: "Garamond","serif";"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: center;">
<b><span lang="PT">O Artista e a Profissão</span></b><u><span lang="PT"></span></u></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="PT"> O esforço do Artista no sentido da sua profissionalização,
ao longo dos séculos, foi já estudado por Argan & Fagiolo (1994) autores da
obra “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Guia de</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">História da Arte” </i>confinada ao mundo Ocidental. Segundo estes
autores, entre os séculos XI – XIV, o pintor, epítome do artista, não era tido
como um artista, como o entendemos hoje, mas sim, como uma espécie de
«medianeiro» entre a igreja e os fiéis. No século XIV, o pintor e teórico Cennini
reivindica, pela primeira vez, <u>a personalidade do artista</u> e classifica a
arte entre as artes mecânicas na escala hierárquica, logo a seguir à ciência.
Nessa altura o artista era, fundamentalmente, um artesão e pertencia a
corporações. Giotto organiza a <u>1.ª oficina com pendor comercial</u>, no
século XV, altura em que Donatello e Michelozzo, Frei Bartolomeu e Albertinelli
organizam-se em sociedades que funcionam como estruturas operativas. Brunelleschi,
Leonardo da Vinci [e Durer]<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b>desenvolvem
a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">técnica</b>, essencialmente decalques,
gravações, manequins, máquinas, etc. No seculo XVI, especificamente no ano de
1563, nasce a Academia das Artes do Desenho em Florença com Cosimo e Miguel
Ângelo. Em 1594 surge um novo modelo de Academias: escolas ligada ao centro de
propagação das artes, pela mão de Federico Zuccari. No século. XVI-XVII
assiste-se ao dealbar de diversas academias e escolas de artes que evoluíram
para fundações literárias, científicas e instituições privadas, na actualidade.
Os autores destacam, ainda, a erudição e o cultivo das letras que
caracterizavam (e caracterizam) os artistas:</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin: 0pt 49.3pt 10pt 54pt; text-align: justify;">
<i><span lang="PT" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">“Não se pode descurar
um aspecto particular como a da cultura literária e filosófica dos artistas,
cada vez actualizados, sobre os textos: os artistas do século XVII consultam a Iconologia de Ripa, assim como os do
século XIV conheciam o tratado sobre óptica de Witelo; e quase todos se documentavam
mediante textos ilustrativos” (Argan & Fagiolo, 1994) </span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-right: 1.3pt; text-align: justify;">
<span lang="PT">Só no século XVIII é que as grandes
exposições passaram a ser os canais de propagação e divulgação das artes,
começando, no mesmo século, a ligação directa do artista à sociedade que
recrudesce com a revolução francesa. No século XIX a pintura sofre um choque
que viria a transformar toda a arte plástica posterior: a invenção da
fotografia. A passagem dos séculos XIX – XX representa o período da invenção do
Cinema a 7.ª arte, que viria a configurar um novo cenário no campo das artes
que obrigará a uma nova redefinição de público, aspecto que iremos referir mais
adiante. Nessa altura ocorre a modernização dos referidos modelos de
organização nevrálgicos e a arte produzida viria a sofrer, em termos estéticos,
uma politização extrema com o socialismo soviético e, em termos criativos, uma
limitação atroz, pelo nazismo alemão, com a consequente eliminação das artes
consideradas degenerativas, em pleno século XX.</span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-77376073046170054342012-05-22T13:05:00.000+02:002012-05-22T13:07:30.254+02:00PRELÚDIO SOBRE O ESTATUTO DO ARTISTA (1)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTXkBBvI5Ejd1WtRrU2OgBF0lHF8oBTgih3__O5kvlGxPrpDE3bj-UpBe5CmsSkCxtAOu8aHHZdGGzx3L3_Vq-WbzmX-O1CW34i0xnrol4s01H8ilevmLIN7EnY7l5E1mtL_yyXw/s1600/thepoppyfield.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="306" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTXkBBvI5Ejd1WtRrU2OgBF0lHF8oBTgih3__O5kvlGxPrpDE3bj-UpBe5CmsSkCxtAOu8aHHZdGGzx3L3_Vq-WbzmX-O1CW34i0xnrol4s01H8ilevmLIN7EnY7l5E1mtL_yyXw/s400/thepoppyfield.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-size: small;"> </span><span style="font-size: x-small;">Claude Monet<i><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">, The Poppy Field.</span></i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">Para Read (2007), existem dois princípios orientadores na
Arte: primeiro, o princípio da <b>forma, </b>que
é a configuração que uma obra de arte toma, e que pode ser dada não só por quem
faz música ou pinta, mas também por aquele que faz móveis, sapatos ou vestidos,
o que alarga o espectro no qual se firmam vários graus de artistas;
segundo, o princípio da <b>invenção, </b>próprio
do espírito do homem e que o impele a criar. Para Read (2007) a forma surge
instintivamente ao artista e corresponde às formas elementares existentes na
natureza, isto é, resulta da percepção do artista, como refere o autor na
seguinte passagem: </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-left: 18pt; text-align: justify;">
<i><span lang="PT" style="font-size: 10pt; line-height: 115%;">“Símbolos,
fantasias, mitos que só tomam uma existência objectiva universalmente válida em
virtude do princípio de forma. A forma é uma função da percepção; a originação é uma função da invenção. Estas duas actividades mentais esgotam, no seu
intercâmbio dialéctico, todos os aspectos psíquicos da experiência estética.”
(Read, 2007: pp.49)</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; margin-left: 18pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;">No processo interior, criativo e orgânico, da experiência
estética pode se afirmar que o artista inventa a forma, isto é, dá à sua
experiência íntima uma configuração exterior que se pode compreender numa tela,
por exemplo. Este autor original afirma, com consequências imprevisíveis na sua
análise, que a vida é essencialmente estética «em virtude da encarnação da
energia numa forma que não é, meramente material, mas estética». Com isso
estende a sua análise ao que é discernível na evolução do próprio universo e
põe a arte no centro vital da actividade humana com todas as consequências que
daí advêm, como por exemplo, o uso da arte em técnicas de aprendizagem, e, pela
mesma ordem de ideias, em terapias psicanalíticas, num processo peculiar que se
deve entender como uma <b>reconversão da
vida</b>. Compreende-se, assim, a sua formulação inicial de que a arte é um
mecanismo orientador que, em princípio, (re)estabelece ou (re)apreende o
equilíbrio, contra o caos espiritual. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">
</span><span style="font-size: small;"><span lang="PT" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; line-height: 115%;">Esta
posição teórica não nos permite, ainda, equacionar e delimitar o que deve ser
considerado Arte e quem deve ser considerado artista. Para que a «festa» não
fique abarrotado de gente e rompa pelas costuras há que saber distinguir a
atitude estética da Arte, no seu sentido originário:<i> </i>quando fazemos um <i>tattoo</i>
nos braços e vestimos-nos de negro, todos os santos dias, isto é a atitude
estética; e quando produzimos um quadro de uma personagem com essa mesma pose
sob um solarengo e paranóico amarelo estamos a fazer Arte ou, pelo menos, a
desafiar os seus limites. </span></span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-32497976126521595562012-05-21T18:32:00.001+02:002012-05-21T18:46:25.257+02:00PRELÚDIO SOBRE O ESTATUTO DO ARTISTA<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0pt; margin-left: 222.0pt; margin-right: 0pt; margin-top: 0pt; mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 10pt;"> <span lang="PT" style="font-family: Times,"Times New Roman",serif;">“A palavra estatuto significa,
por um lado, a consideração para com os artistas, numa sociedade […] e, por
outro lado, o reconhecimento das liberdades e dos direitos, incluindo os
direitos morais, económicos e sociais, aos quais os artistas têm direito.” </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: Times,"Times New Roman",serif; line-height: normal; margin: 0pt 0pt 0pt 264pt; text-align: justify;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-size: 10pt;">UNESCO – Recomendaçtions
concerning the Status of the Artist. </span></i><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="PT" style="font-size: 10pt;">October 1980. In. 1. Definitions.</span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT">Introdução</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="PT">É certo que a consideração pelos artistas na sociedade e o
reconhecimento dos seus direitos e liberdades é uma questão que não se esgota na
atribuição e definição de um Estatuto do Artista. O condicionamento que a
ideologia, as classes dirigentes e as grandes produtoras impõem à comunidade artística
é matéria para várias teses e não vamos, aqui, tratá-la em todas as suas
implicações mas apenas referir que, ao longo da história, esses
condicionalismos impediram, por vezes, a Arte, em geral, de ir mais longe e de
criar comunidades vivas. Falamos aqui de um campo de estudo que tem vindo a
tomar a forma de pesquisa “motivacional” nas teorias da Arte Contemporânea. Tais
pesquisas não estão porém isentas de contradições e, como explica Dickie (2008):
por oposição a esta tendência a crítica mais recente na história da arte tende
a aproximar o mundo da Arte dos «processos de informação e comunicação». Outra
tendência oposta é aquela que faz uso de conceitos culturais, ou seja, a de dar
explicações que caracterizam a natureza da Arte em termos de fenómenos
culturais. Estas duas últimas linhas metodológicas servem, aqui, de base à
nossa interpretação do mundo da Arte e dos seus praticantes.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<b><span lang="PT">A Arte</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="PT">Antes de mais, importa saber o que é a Arte em toda a sua
dimensão. Read (2007), um dos estudiosos mais proeminentes neste campo de
análise, pilar fundamental na área de comunicação e expressões artísticas
integradas, entende a arte como um mecanismo orientador sem a qual «a
civilização perde o seu equilíbrio e cai no caos espiritual e social.». Também
a religião se pode enquadrar nesta perspectiva, a diferença é que a arte
integra os aspectos religiosos e aprofunda-os ao nível da percepção estética. O
problema reside, por isso, em definir a Arte em termos precisos funcionais que
sirvam à sociedade e aos governos. Para Read (2007) o problema da justa
definição deste ramo da actividade e do pensamento humano deve-se ao facto da
arte ter sido tratada, antes, invariavelmente, como um conceito metafísico,
quando se trata, fundamentalmente, de um <u>fenómeno orgânico e mensurável</u>.”(Read,
2007: pp. 27). Este autor aproxima a Arte da ciência e afasta-o da metafísica
dada a presença da Forma e da Matéria presentes no mundo da Arte; e é enquanto
fenómeno orgânico e mensurável que a Arte pode ser estudada e sistematizada nos
seus aspectos estético, político e religioso. </span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-6984509185959205502012-05-18T11:27:00.000+02:002012-05-18T11:39:15.644+02:00ASSOCIAÇÃO DE CINEMA E AUDIOVISUAL DE CABO VERDE (5)<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<span class="A0"><span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Para todos os efeitos, a</span></span><span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;"> história recente da realidade cultural cabo-verdiana ensina-nos que só no sector da Música é que o consórcio público-privado tem sucesso. O <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Status Quo </i>provavelmente, dirá que, no futuro, adaptar-se-á o mesmo modelo ao sector audiovisual, quando a vontade política se manifestar a favor e quando a mudança das mentalidades for uma realidade. O activismo cultural e a associação que ora se criou deverão questionar: esperamos por num novo estádio de desenvolvimento do país ou devemos, antes, avançar com as reivindicações? A História Universal, também, nos ensina algo sobre isso. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-50302000198090118702012-05-17T11:19:00.002+02:002012-05-18T11:39:29.550+02:00ASSOCIAÇÃO DE CINEMA E AUDIOVISUAL DE CABO VERDE (4)<br />
<b><span lang="PT" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11pt; line-height: 150%;">Consórcio Audiovisual público - privado?</span></b><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Na sequência de uma Lei para o Cinema e Audiovisual e para melhor harmonizar o esforço privado com a legitimação e prática das instituições públicas do Estado, poderia ser criada um Decreto-Lei que instituísse um <u>Consórcio Audiovisual público - privado</u>, como a que, actualmente, se pôs em prática na Galiza (Espanha), ou seja, uma entidade que potencie, de modo institucional e sistemático, as acções tendentes ao desenvolvimento do sector Audiovisual. </span><span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Um consórcio que deveria agrupar o Ministério da Cultura, a RTC, Canais privados, Câmaras Municipais, Associação e Universidades e, em termos de funcionamento, actuaria com um Conselho de Direcção e respectivo Presidente, e uma Comissão Executiva. As suas atribuições deveriam ser, no quadro dos valores universais: promover a utilização da língua cabo-verdiana mediante o seu uso nos meios audiovisuais; promover e potenciar a actividade profissional e a criação do emprego; promover a investigação, a formação e o desenvolvimento tecnológico no sector audiovisual (daí o papel das universidades); impulsionar a produção própria, a co-produção e a distribuição; e, condição <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sine qua non</i>, promover um melhor conhecimento da história e realidade cabo-verdiana.<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> </b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">A última vez que se tentou avançar para um consórcio público – privado, na história recente da política cabo-verdiana, dentro da actual conjuntura, aconteceu numa área vital, a Saúde, tendo o resultado soçobrado como mera medida de recurso que consentiu, apenas, uma complementaridade entre ambas as esferas da vida social e económica. Isso demonstra quão difícil é fazer avançar um empreendimento desta natureza, dado que exige um novo vínculo social. Para o sector audiovisual em Cabo Verde isso acarreta, pois, um elevado grau de complexidade e, praticamente, não se vislumbra sinais de fumo no horizonte das políticas adoptadas até então para este sector. Para comprovar isso basta olhar para o actual </span><span class="A0"><span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Plano Estratégico Intersectorial da Cultura - o PLEI do Ministério da Cultura - na única passagem em que se refere ao sector audiovisual: </span></span><span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">“</span><span class="A0"><span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Promover a produção nacional, nomeadamente, a produção de documentários e ficção, em parceria com as companhias de </span></span><span class="A0"><span lang="PT" style="color: black; font-size: 11pt; line-height: 150%;">T</span></span><span class="A0"><span lang="PT" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">eatro”. Teatro?! È mais do que evidente que se deveria focalizar a atenção na criação de parcerias com a televisão pública ou privada e empresas audiovisuais privadas. </span></span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-62724792586371772372012-05-16T12:15:00.001+02:002012-05-18T11:39:42.948+02:00ASSOCIAÇÃO DE CINEMA E AUDIOVISUAL DE CABO VERDE (3)<br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">A premência de uma Lei para o Cinema e Audiovisual</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 150%;"><u>Como garantir a legitimação e sustentabilidade desta área de produção de saber e de prática artística que tem, já, os seus actores activos?</u> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Raison d’Etat, </i>ou equilíbrio das partes, uma vez que <i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>nenhuma acção de activismo cultural encontrará eco, no futuro, se não houver uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Lei para o Cinema e Audiovisual. </b>A associação recém-nascida é um dado novo a ter em conta, no futuro<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">,</b> quando for a altura de se criar um quadro legal e normativo que deverá instituir, para a posteridade, nomeadamente: os serviços e organismos do sector, que deverão estar sob a tutela do Ministério da Cultura: o programa de apoio institucional e financeiro à produção cinematográfica e audiovisual nacional; as normas e taxas para a distribuição, exibição e difusão cinematográfica / audiovisual; o ensino artístico e formação profissional nesse domínio; a normativa de registo de empresas cinematográficas e de produtos audiovisuais; o modelo de financiamento para um fundo de Investimento; assim como, as modalidades de contribuição e de contratos de investimento.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif; line-height: 150%; text-align: justify;">
<span style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">O Governo deverá, na sequência dessa Lei, regulamentar o sector, sob a tutela do Ministério da Cultura, partindo do princípio de que existe uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">cultura audiovisual activa </b>que expressa a realidade cabo-verdiana em termos artísticos, científicos e jornalísticos, e deve erigir essa regulamentação na linha da Convenção da UNESCO para a Protecção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais (aprovada em Outubro de 2005) que o país subscreveu. Para colmatar esta lei e respectiva regulamentação, dever-se-á: criar na prática um modelo de distribuição do filme nacional aliando-o às estratégias de divulgação e marketing que instiguem o interesse do público; fazer a gestão cultural do cinema e do audiovisual nacional; e, note-se, incentivar a investigação e pesquisa pública nesta área. Um conjunto de acções que se pode, como em outras paragens, concentrar num único organismo, regra geral, em moldes de Instituto. Tudo isso é, ainda, possível fazer na actual conjuntura política. </span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-85027204362356182462012-05-15T14:22:00.001+02:002012-05-18T11:40:00.590+02:00ASSOCIAÇÃO DE CINEMA E AUDIOVISUAL DE CABO VERDE (2)<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">E para confirmar este «estado de coisas» [ACACV <u>vs.</u> Ministério da Cultura], a primeira reacção da associação recém-criada não foi um prudente encontro com o Ministro da Cultura, o que seria um procedimento normal, já que no futuro é este Ministério que tutelará todas as acções e programas de incentivo para o sector em causa. Com esta falácia <em>post hoc</em> que se instalou, a primeira acção encetada, após a sua criação foi, sim, um encontro dos órgãos directivos com o Vereador para a área da Cultura, Desportos e Formação Profissional da Câmara Municipal da Praia, com vista a criação de parcerias e à instalação de uma sede na capital. Uma iniciativa que teve, salve-se, uma recepção positiva e assertiva da parte do Vereador tendo este afirmado que a edilidade está aberta à criação de parcerias e à cedência de um espaço, para a sede da associação, numa das artérias na cidade da Praia o que poderá vir a confirmar-se, a breve trecho, num encontro planeado com o Presidente da Câmara Municipal da Praia, algo que, em princípio, deverá ocorrer antes das eleições autárquicas. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Helvetica Neue", Arial, Helvetica, sans-serif;">Desde logo, um dos maiores desafios que se coloca a Associação é o envolvimento de outras entidades que partilham da mesma paixão pelo audiovisual, nomeadamente a denominada “Cultura Móvel” que tem movido uma série de acções em prol da cultura audiovisual promovendo a criação de vídeos em telemóveis, workshops nas áreas de realização e sessões educativas nas escolas suburbanas. Pondera-se, ainda, a criação de um Festival Internacional do Filme Documentário, na capital do país, sem que, necessariamente, tenha que fazer «mossa» com o Festival Internacional de Filmes que já existe na Ilha do Sal. Um único país pode congregar várias mostras internacionais como se pode verificar em Portugal ou na vizinha Espanha, países desenvolvidos em cuja experiência nos baseamos para formular os juízos ora avançados. A credibilidade e o futuro da associação recém-formada dependerá, contudo, do modo como a sua Direcção, presidida por Mário Benvindo Cabral, souber gerir este desafio, no quadro da idiossincrasia cabo-verdiana, congregando e harmonizando as diferentes acções e os seus diferentes protagonistas, a nível nacional. A diáspora, essa, só responderá verdadeiramente se a associação conseguir se afirmar em pleno como a principal representante do cinema e audiovisual em Cabo Verde. </span></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22743595.post-32023131262560107842012-05-14T17:30:00.001+02:002012-05-14T18:04:56.208+02:00ASSOCIAÇÃO DO CINEMA E AUDIOVISUAL DE CABO VERDE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCCmbJvrAmIVPgjXP8a-PJVrzaU3eI0w4drWq_pOJDbeOoxvgM78oeFm4vUSvtlQUjpJK-mzS1tJb_UYaltyYwtHuV8FBsB_xhHvxZJh-eGrr8uRo9RhOfUyotGNNjgRMDxeiYRA/s1600/image.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCCmbJvrAmIVPgjXP8a-PJVrzaU3eI0w4drWq_pOJDbeOoxvgM78oeFm4vUSvtlQUjpJK-mzS1tJb_UYaltyYwtHuV8FBsB_xhHvxZJh-eGrr8uRo9RhOfUyotGNNjgRMDxeiYRA/s320/image.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: "Garamond","serif"; font-size: 11pt;"></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
<div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif;">
<span lang="PT" style="font-size: small;">Nas
circunstâncias que antecederam à criação desta associação registaram-se
impressões que se reverteram em perfeitos ruídos na comunicação, o que impediu que
ela se efectivasse plenamente na consciência das pessoas. É, por exemplo, o
caso do artigo publicado no Liberal <i>On
Line</i> (02 Abril/12) que descrevia a associação como sendo de natureza
sindical. Alguma opinião pública mal informada chegou mesmo a ver nela uma
associação apenas limitada a realizadores, olvidando-se da imensa equipa de
operadores de câmara, montadores, apresentadores de televisão, e cinéfilos, o
que se reflectiu muito na configuração da assembleia-geral que veio a decorrer
a 31 de Março. </span></div>
</div>
<div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-size: small;"><br /></span></div>
<div style="font-family: "Helvetica Neue",Arial,Helvetica,sans-serif; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-size: small;">Note-se que a criação desta associação passou completamente ao
lado do Núcleo Cinemídia da Direcção Nacional das Artes, pólo de audiovisual<b> </b>criado pelo actual Ministro da
Cultura, Mário Lúcio Sousa. Os planos e as actividades deste pólo inovador
nunca chegaram a contemplar os incentivos ou a criação de condições para o
surgimento de uma associação para o sector. A sua presença não se fez sentir em
todo o processo de criação, nem na assembleia constituinte nem na tomada de
posse dos órgãos, e até ao momento em que se escreve estas linhas, o Ministro
da Cultura não emitiu nenhuma palavra sobre o assunto nos órgãos de comunicação
social apesar de já ter tido essa oportunidade, na entrevista que deu ao jornal
“A Nação” (N.º 242 /Ano V/ 19 a 25 de Abril de 2012). Esse facto denota,
evidentemente, indiferença ou desinteresse em relação ao assunto, sem que isso
signifique, necessariamente, uma possível crispação no relacionamento desta
instituição com estes ingentes representantes do cinema e audiovisual. A pairar
no ar fica o lapidar aviso desse membro do governo: “lá onde for a
responsabilidade do Governo, que não haja dúvidas, assumiremos e tomaremos as
medidas necessárias”(sic).</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div><div class="blogger-post-footer">flow</div>Mário Vaz Almeidahttp://www.blogger.com/profile/10454004871977244907noreply@blogger.com0