O esforço de guerra é a coisa mais presente no espírito da humanidade desde sempre. Combinaçöes entre conhecimento científico e guerra favoreceram e influenciaram fabrico de canhões e mísseis; a balística, a partir de testes de teoria especulativas, experimentos e observações e, mais tarde, através da verificação prática, serviu como plataforma para a ampliação das armas de destruição em massa: as armas nucleares, armas químicas e armas bacteriológicas. Todos, símbolos do poderio e capacidade técnica dos países. Essas armas não existiram se não fosse a contribuição directa do avanço da ciência. Podemos suavizar a crítica e afirmar que a ciência aplicada à saúde, bem como o desenvolvimento das ciências sociais, em termos de construção de meios preventivos de resolução de conflitos, a diplomacia e o direito internacional são a outra face de Janus, um outro mesmo esforço humano diante de nossas próprias incertezas, debilidades e fragilidades que nós mesmos criamos e tentamos dar conta de suas soluções. A isso se concencionou chamar raison d'État - pelo qual se deve criar padrões e mecanismos éticos compreensíveis para que a Guerra seja cada vez mais evitada. As contribuições de grandes figuras da ciência, como Einstein, Norbert Wiener, Carl Sagan, Openheimer, Cesar Lattes, e de associações (Pugwash, Associação Internacional de Pesquisa da Paz, Unesco, Movimentos e Ongs) são importantes para criar limites éticos e lutar pela paz humana. Eros e Tanatos, Guerra e Paz, Prosperidade e Miséria, Ética e Irresponsabilidade etc. são elos da mesma natureza do ser humano.
A história tem provado que os períodos mais longos säo os da guerra e sua continuaçáo em moldes cada vez mais sofisticados, mortíferas e brutais (A Guerra dos Trinta Anos, As Guerras Napoleônicas, as Guerras Coloniais, a I e II Guerras Mundiais, as Guerras de Libertação Nacional, a guerra de guerrilha, guerra civil, terrorismo, etc) . Todas estas guerras têem uma relaçáo freqüente e íntima com os esforços racionais, científicos e tecnológicos, principalmente a partir da Renascença. Os desenvolvimentos científicos säo e continuam a ser realizados por particulares, como Da Vinci, Michelangelo (que se consideravam como engenheiros de fortificações), Newton e Robbins (balística), Lavosier e Berthollet (química de explosivos), ou por técnicos anônimos, que desenvolvem os artefatos usados nos conflitos.
A guerra e a paz, tal como o bem e o mal, säo as duas faces de Janus. Dizer que se está acima das duas coisas é uma mentira clamorosa. Näo há nada que esteja acima ou abaixo, mas sim nas coisas. O que importa é ser exímio nas pequenas coisas e ir tecendo pouco a pouco a construcçäo de um texto, de uma obra, até que ela nos revele a sua cançáo divina ou bélica. Quando estivermos arduos e cansados aí entáo há um lugar na nossa mente em que Deus se senta confortavelmente e podemos assim discernir com maior clarividência onde está o Mal ou quem é. Pelo menos julgamos que sim, porque mesmo nessas condiçöes a verdade insiste em revelar-nos as duas faces: é isto a a falha humana.
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