A fuga para experièncias estranhas á civilização ocidental está cada vez mais na moda. O budismo, o culto do yoga, zen, a inclusão do estilo nipónico no cinema, a descoberta do modo de percepcionar oriental, aparecem como as alternativas para esse mundo louco. Tive um professor de artes que dizia que o problema do homem ocidental é pensar as coisas em termos de acima-abaixo, alto-baixo, ceu-inferno, etc, e que o homem oriental as vê fundamentalmente num plano mais diametralizado: este-oeste, centro-periferia, uno-firmamento. Basta olhar-mos para o conjunto dos saberes produzidos por ambas as culturas no domínio das ciencias do Homem, do Sujeito Cognoscente.
O existencialismo é fundamentalmente uma experiencia ocidental elaborando com ela uma reductio ad absurdum do Homem (Ser ou Não Ser - O Cavaleiro Andante). Na cultura oriental esta experiência é, talvez, mais matizada no sofrimento e de como elimina-lo pela meditação. (O Ser). Esta incursão na meditação não pressupões, necessariamente, o adeus ás armas. O exemplo cabal disso é, talvez, a arte e o método dos Samurais no antigo Japão rural e feudal. Deste lado o equivalente mais próximo disso, deve ter sido a comunidade dos Índios, já dizimados.
O Homem Mediocre, meramente funcional, parece ter, hoje em dia, tanto no mundo ocidental como oriental, um lugar de destaque: são os corpos dóceis, malheaveis pelo sistema (Foucault). Assim a natureza vai sendo domada, vai morrendo, como Dersu Uzala, (Akira Kurosawa) quando percebeu que ao matar o tigre, matou algo dentro de si.
4 comentários:
De facto, dir-se-ia que começa a surgir uma espécie de nova consciência sobre a Humanidade, apesar dos fluxos contrários serem proporcionais a uma evolução?!
Seja como for, a existência é por demais preciosa para que seja anulada (ainda hoje escrevi algo semelhante no meu blog). Se tiver curiosidade dê lá um salto.
Um abraço,
Arqui
O que quis dizer é que é imponderável que o homem viva sem uma ligação á Natureza.Todas as catástrofes humanas e naturais exigem uma atitude diferente face a Real Natura. O cenário apresentado por Al Gore no seu documentário «Uma Verdade Inconveniente» revela quão estúpido temos sido na incessante busca do saber e do enriqecimento material. O que agora deve se entender por evolução é precisamente o que deveriamos ter feito muito antes: não desafiar a Natureza mas sim viver de acordo com ela.
Também vi o documentário que me impressionou. Creio ter entendido das suas palavras, que o Homem se tem distanciado desse pulsar original e institivo da Natureza e talvez agora, na minha perspectiva, estejamos a assistir a um relançar dessa consciência (e não a uma nova consciência, porque ela sempre existiu embora abafada). Porém o que sinto, é que paralelamente, se está a desenvolver uma, digamos, "anti-consciência" que a anula ou pelo menos tenta. O mundo está cheio de ramificações, de um lado e do outro, mas o Homem desconhece o seu tronco.
Gostei do que disse, Arqui.
Nesta «guerra» das consciencias lembro-me do que li de Khalil Gibram « O Mal é uma criatura inadaptada, lenta em obedecer á lei da continuidade da adaptação».
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