Em 1925 Sergei Eisenstein realiza O Couraçado Potemkine, em plena era Estaline. Depois deste filme o cinema nunca mais seria o mesmo. O Couraçado Potemkine ainda hoje desperta paixões e aparece sempre na lista dos «Melhores Filmes de Sempre» desde 1952. Em conjunto com Citzen Kane de O. Welles e O Nascimento de Uma Nação de D. Griffith, trata-se de um dos momentos fundamentais da história do cinema, um daqueles em que a linguagem deu um salto qualitativo de dimensões gigantescas.
É na montagem que residiu a maior novidade de Couraçado Potemkine. Está construído em forma de uma composição musical, em que cada um dos cinco episódios em que se divide corresponde a um andamento preciso, na qual a montagem deixa de ser a simples ligação de planos numa narrativa e transformar-se num ritmo cinematográfico de tipo novo.
Nos filmes de Eisenstein o espectador é levado a uma poderosa confrontação entre imagem e som mediante uma montagem intelectual, com tempos fortes e simbólicos numa história sempre clara, cheia de paixão, de tensões, de humor, de humanidade e de violências. Tudo ao serviço de uma estética marxista na qual a ideia comanda a forma, num grau de perfeição que raramente será depois igualado. Eisenstein criou ainda uma montagem de atracções na qual se junta, numa sequência, planos mais ou menos analógicos tomados em tempos e espaços diferentes para fazer com que eles signifiquem mais do que a sua simples aparência.
Um dos momentos mais citados do tipo de montagem que Eisenstein desenvolve neste filme é a dos leões de pedra, em Couraçado Potemkine, que parecem ganhar vida fruto de uma montagem sequência acelerada.
Enquanto David Grifith, outro criador fundamental do cinema, via a montagem como um processo de «construção», de colocação dos «tijolos», de uma ponta a outra, Eisenstein tentou concebê-la de uma forma teoricamente mais sofisticada. Para ele era da «colisão» de planos independentes e opostos que o significado nascia no espírito do público, isto é, pela dialéctica.
Como refere Gilles Deleuze [«Imagem Movimento»] Eisenstein elabora, na sua montagem, uma espiral , na qual num segundo instante adquire um novo poder, depois de se constatar o primeiro. Da tristeza á cólera, da duvida á certeza, da resignação á revolta. Concebeu, assim, planos antagónicos de forma quantitativa (um soldado, muitos soldados; um navio - uma frota); qualitativa (água-terra), intensiva (trevas-luz), dinâmica (movimento ascendente e descendente, da direita á esquerda e inversamente), como na famosa cena da Escadaria de Odessa.
É na montagem que residiu a maior novidade de Couraçado Potemkine. Está construído em forma de uma composição musical, em que cada um dos cinco episódios em que se divide corresponde a um andamento preciso, na qual a montagem deixa de ser a simples ligação de planos numa narrativa e transformar-se num ritmo cinematográfico de tipo novo.
Nos filmes de Eisenstein o espectador é levado a uma poderosa confrontação entre imagem e som mediante uma montagem intelectual, com tempos fortes e simbólicos numa história sempre clara, cheia de paixão, de tensões, de humor, de humanidade e de violências. Tudo ao serviço de uma estética marxista na qual a ideia comanda a forma, num grau de perfeição que raramente será depois igualado. Eisenstein criou ainda uma montagem de atracções na qual se junta, numa sequência, planos mais ou menos analógicos tomados em tempos e espaços diferentes para fazer com que eles signifiquem mais do que a sua simples aparência.
Um dos momentos mais citados do tipo de montagem que Eisenstein desenvolve neste filme é a dos leões de pedra, em Couraçado Potemkine, que parecem ganhar vida fruto de uma montagem sequência acelerada.
Enquanto David Grifith, outro criador fundamental do cinema, via a montagem como um processo de «construção», de colocação dos «tijolos», de uma ponta a outra, Eisenstein tentou concebê-la de uma forma teoricamente mais sofisticada. Para ele era da «colisão» de planos independentes e opostos que o significado nascia no espírito do público, isto é, pela dialéctica.
Como refere Gilles Deleuze [«Imagem Movimento»] Eisenstein elabora, na sua montagem, uma espiral , na qual num segundo instante adquire um novo poder, depois de se constatar o primeiro. Da tristeza á cólera, da duvida á certeza, da resignação á revolta. Concebeu, assim, planos antagónicos de forma quantitativa (um soldado, muitos soldados; um navio - uma frota); qualitativa (água-terra), intensiva (trevas-luz), dinâmica (movimento ascendente e descendente, da direita á esquerda e inversamente), como na famosa cena da Escadaria de Odessa.
Sergei Eisenstein concebeu, igualmente, aquilo a que se pode designar de montagem tonal, em que o movimento é percepcionado num sentido mais lato abrangendo todos os efeitos dos frames da montagem. Como por exemplo na montagem de «sequência do nevoeiro» os planos são montados com base na qualidade de luz, num jogo entre a névoa e a luminosidade.
No decorrer da sua carreira Eisenstein iria demonstrar uma muito profunda consciência dos recursos do cinema e a capacidade de lhes encontrar a mais perfeita tradução.
No decorrer da sua carreira Eisenstein iria demonstrar uma muito profunda consciência dos recursos do cinema e a capacidade de lhes encontrar a mais perfeita tradução.
Sem comentários:
Enviar um comentário