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segunda-feira, março 23, 2009

BLOG JOINT: do ABUSO da burocracia e do USO dos equipamentos (ideológicos)

"Tempo de Lobos" (2003) - Michael Haneke



Negar a um grupo cultural a possibilidade de se aperfeiçoar é negar-lhe o ambiente, no melhor dos casos: uma descriminação. E isso já é uma praga NACIONAL. Há muito tempo que os abusos nas questões admnistrativas e burocráticas flagelam este país (com as devidas ressalvas para a CASA DO CIDADÂO, mas aí não se alugam os equipamentos sociais). A praga é tal que já atingiu ONG's e estruturas sociais que não têem nada a ver com gestão admnistrativas e que deviam estar mais preocupados com PESSOAS. È difícil lidar com as pessoas e muitos se defendem por detrás de papeladas, carimbos e trâmites vários. A praxis admnistrativa e burocrática tornou-se ela própria quase uma ciência: num processo de relativização que cria uma bombinha algures sem ninguem dar por isso. Há perfeitos peritos nesta área: amarram bem todo o processo, metem-lhe algns ingredientes de intrigazinhas, arregimentam-lhe como nó cego e esperam. Há aqueles que já o tornaram uma arte do ardil e do engano. Por vezes não há outro nome a dar a todo este imbróglio que o RAIZ DE POLON, grupo com créditos firmados, foi obrigado a engolir: é mesmo malvadez.



Quem já foi rapaz nesta cidade da Praia lembra-se certamente daqueles jogos de futebol que chamamos seca pele e que só se joga quando todo o mundo está cansado e já se exibiu o suficiente ou já deu provas de ki: «é bale o é ka bale». A bola fica isolado no meio do terreno de campo e só lá chega quem pode com a sua canela. Há sempre aquele que está pronto a partir-te a perna se puseres os pés na bola. Por isso a bola fica sempre só, no mesmo lugarzinho no centro do campo porque todo o grupo tem medo de lá pôr os pés. Pois, então, a bola é esse equipamento social.




Cenários de desolação já os vi aos pares, em conjuntos de horas e aos pulos durante a semana de trabalho. Aqui nas nossas repartições em lugares que menos desconfiamos e que deviam estar prenhes de vida e dinamismo. Funcionários obscuros, kafkianos, preenchem as funções, locais de relevante importancia para a vida social e cultural nacional estão ás moscas, com gente a desertar.


Olho para esse cenário dos abusos da burocracia e só vejo uma coisa no enquadramento: um homem está de braços cruzados no cimo de uma estrutura de barras de ferro (algo por construir) e no piso abaixo, na parte esquerda da estrutura, um macaquinho de olhos agudos e flamejantes segura uma barra de ferro solta da instalação. Mais abaixo na parte direita da estrutura estão umas belíssimas e longas pernas crioulas. Uma Calhandra está no piso inferior com o bico voltado para leste.



Como diz aquela bonita canção de Sting:

"...danzam com sus padres, sus niños tambien y con sus esposos... en soledad..."

Leia a seguir o que diz a malta do blog joint:









segunda-feira, março 16, 2009

A propósito da Feira do Livro na Biblioteca Nacional (descaracterizado)

"Adaptation" (2002). Spike Jonze



Quem escreve é aquele que trabalhou uma ideia, que tem uma especialidade, que tem alguma coisa para dizer, ou que é convidado a escrever pela sua cor ideológica. Há quem escreva porque é inocente ou foi inocentado de todas as culpas; que tem uma consciencia limpa, o que não significa uma consciencia vazia. Há quem escreve para se ater a uma virtude e cultivá-la; há quem escreve para desbravar novos terrenos, novas linguagens; há quem escreve porque não tem nenhum outro talento; há quem só sabe escrever aforismos; há quem só apenas apetece escrever fragmentos; há quem escreve e não diz nada; há, tambem, quem se debruce sobre a escrivaninha e pensa na moral e na ética de todos os dias... sem escrever uma única palavra.



Mas nunca ouvi alguem dizer «eu escrevo como um mercenário, só o faço quando me pedem». Para esse a escrita está despojada de um dos seus atributos essenciais: o desejo. E quem poderá dizer: «escrevo para não ter desejos incontroláveis»? Poderá ele escrever o desejo, (o que não significa descrevê-lo)? O desejo não realiza a escrita, actua em paridade. Isso tudo sem falar do caso em que escrever cria desejo.




sexta-feira, março 13, 2009

Televisão de Cabo Verde - 25 Anos


"The Truman Show" (1998) - Peter Weir


Parabens à nossa TCV - a televisão que adoramos criticar mas que nunca deixamos de ver e de amar. A televisão que os nossos primeiros governantes arduamente trabalharam e que os primeiros jornalistas aguentaram. Um sonho realizado não perece nunca. É uma longa película.


segunda-feira, março 09, 2009

BLOG JOINT: MÁSCARAS E ANONIMOS

Gladiator (2000). Ridley Scott



Eu não gosto de anónimos! Nunca gostei de quem conspira por trás. Aponto o dedo á vida política caboverdeana - um antro de compadrios e «túneis de interesses» que não olha às capacidades e competências de cada qual. Um imenso corredor de anónimos que venderam as suas almas e por isso já não conseguem dar á cara. Venderam-se. Sussurros, segredinhos, intrigas palacianas, são o seu pão de cada dia. Protegidos pela sombra do poder ou pelas suas possibilidades, só entendem a lógica do poder. O Anónimo - esse que leva recados e faz parte de uma guerra silenciosa em ataques discursivos «viscerais» contra os que têem a coragem de assumir a sua posição, contra os que actuam com a sua virtude. O anónimo - esse ser desprezível, esse que rasteja aos pés dos poderosos. Pois tu! Não gosto de ti! E é uma pena porque nunca mais vais tirar a máscara para dizeres «era eu quem dizia todas essas coisas. Enfrento as concequências». Sim, nunca vais tirar as máscaras para mostrares a tua coragem, a tua alma. Não. Vendeste-as. Por isso só tens medo e sombras.






Leia a seguir o que diz a malta do blog joint:

terça-feira, março 03, 2009

RETRATOS (IV) - ILHA DA BOAVISTA

"Fight Club" (David Fincher, 1999)



Praia de Santa Monica - Boavista - Dunas de areia serpenteiam o enquadramento como um quadro de Dali assumindo formas geometricas sencillas e truncadas figuras humanas. Confundindo-se com as dunas onduladas estao dois corpos completamente nus. Dois turistas de origem alemã estao deitados sobre a areia - o homem tatua uma imagem da tartaruga na omoplata da mulher, mergulhados em silencio.