É ... Michael Jackson morreu. Todos os fãs estão tristes. Lamento a sua morte porque marcou-me a mim e a toda uma geração adolescente. Ninguem ficou indiferente ao Rei da Pop. Mas fiquei deveras triste quando ele «morreu» pela primeira vez em 1987: foi quando vi a capa do album «BAD» e ouvi as canções. Nessa altura confirmava-se algo extraordinário no mundo do espectáculo o que despoletou mais tarde, um nunca mais parar de correr tintas e piadas. O desencantamento que isso suscitou em mim levou-me a outras paragens da música negra.
Já eu era crescido e sempre que me falhava a memória dos meus anos de adolescência lembrava do jovem cantor negro de «Don’t Get Still Enough», «Human Nature» e «Billie Jean». Da mesma forma quando lembramos de um brinquedo ou outro objecto qualquer de valor inestimável no qual depositávamos todo o nosso carinho e confiança nas más alturas.
Sim, para mim a verdadeira morte ocorreu antes. Foi mais triste porque era mesmo ele na capa do «Thriller», depois que se tornou «Bad» já não era ele: tornou-se o seu simulacro reinventado para o mundo do espectáculo em moonwalking interminável. Como ninguem tinha feito antes.
Não, já não era ele ... mas, todavia, era a arte pura no corpo e na alma, contemplando eternamente a sua, provavelmente,, única imagem adorável: a de Elizabeth Taylor.
Fica a Lenda para as outras artes.
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