Na mesma linha a autora, Maria Luísa Ortega, num texto intitulado «Documental, vanguardia y sociedad. Los limites de la experimentacion», defende que já se afirma, paulatinamente, um novo compromisso ético nos discursos fílmicos sobre a realidade e uma modéstia epistemológica que se deve a convicção de que os factos e acontecimentos nunca são independentes dos dispositivos que se utilizam para abordá-los, analisá-los e representá-los, havendo, sempre, por consequência, a intromissão e o pensamento sobre eles (Ortega: 2005). Segundo ela, assumiu-se, assim, no quadro das realizações cinematográficas, um manifesto estético-político que rejeita uma suposta superioridade moral que advém, tendencialmente, de uma «posição privilegiada» de quem realiza. Referindo-se aos documentários vanguardistas ABC Africa (2001) de Abbas Kiarostami e Les glaneurs et laglaneuse (2000) de Agnés Varda, a autora assevera que estas novas formas de documentário nos revelam quão difícil se tornou no século XXI falar de um mundo sem falar do nosso lugar nele.
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(ª) Episthamai: na palavra grega significa «chegar a uma paragem».
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