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segunda-feira, maio 14, 2012

ASSOCIAÇÃO DO CINEMA E AUDIOVISUAL DE CABO VERDE


Nas circunstâncias que antecederam à criação desta associação registaram-se impressões que se reverteram em perfeitos ruídos na comunicação, o que impediu que ela se efectivasse plenamente na consciência das pessoas. É, por exemplo, o caso do artigo publicado no Liberal On Line (02 Abril/12) que descrevia a associação como sendo de natureza sindical. Alguma opinião pública mal informada chegou mesmo a ver nela uma associação apenas limitada a realizadores, olvidando-se da imensa equipa de operadores de câmara, montadores, apresentadores de televisão, e cinéfilos, o que se reflectiu muito na configuração da assembleia-geral que veio a decorrer a 31 de Março. 

Note-se que a criação desta associação passou completamente ao lado do Núcleo Cinemídia da Direcção Nacional das Artes, pólo de audiovisual criado pelo actual Ministro da Cultura, Mário Lúcio Sousa. Os planos e as actividades deste pólo inovador nunca chegaram a contemplar os incentivos ou a criação de condições para o surgimento de uma associação para o sector. A sua presença não se fez sentir em todo o processo de criação, nem na assembleia constituinte nem na tomada de posse dos órgãos, e até ao momento em que se escreve estas linhas, o Ministro da Cultura não emitiu nenhuma palavra sobre o assunto nos órgãos de comunicação social apesar de já ter tido essa oportunidade, na entrevista que deu ao jornal “A Nação” (N.º 242 /Ano V/ 19 a 25 de Abril de 2012). Esse facto denota, evidentemente, indiferença ou desinteresse em relação ao assunto, sem que isso signifique, necessariamente, uma possível crispação no relacionamento desta instituição com estes ingentes representantes do cinema e audiovisual. A pairar no ar fica o lapidar aviso desse membro do governo: “lá onde for a responsabilidade do Governo, que não haja dúvidas, assumiremos e tomaremos as medidas necessárias”(sic).

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