Nas
circunstâncias que antecederam à criação desta associação registaram-se
impressões que se reverteram em perfeitos ruídos na comunicação, o que impediu que
ela se efectivasse plenamente na consciência das pessoas. É, por exemplo, o
caso do artigo publicado no Liberal On
Line (02 Abril/12) que descrevia a associação como sendo de natureza
sindical. Alguma opinião pública mal informada chegou mesmo a ver nela uma
associação apenas limitada a realizadores, olvidando-se da imensa equipa de
operadores de câmara, montadores, apresentadores de televisão, e cinéfilos, o
que se reflectiu muito na configuração da assembleia-geral que veio a decorrer
a 31 de Março.
Note-se que a criação desta associação passou completamente ao
lado do Núcleo Cinemídia da Direcção Nacional das Artes, pólo de audiovisual criado pelo actual Ministro da
Cultura, Mário Lúcio Sousa. Os planos e as actividades deste pólo inovador
nunca chegaram a contemplar os incentivos ou a criação de condições para o
surgimento de uma associação para o sector. A sua presença não se fez sentir em
todo o processo de criação, nem na assembleia constituinte nem na tomada de
posse dos órgãos, e até ao momento em que se escreve estas linhas, o Ministro
da Cultura não emitiu nenhuma palavra sobre o assunto nos órgãos de comunicação
social apesar de já ter tido essa oportunidade, na entrevista que deu ao jornal
“A Nação” (N.º 242 /Ano V/ 19 a 25 de Abril de 2012). Esse facto denota,
evidentemente, indiferença ou desinteresse em relação ao assunto, sem que isso
signifique, necessariamente, uma possível crispação no relacionamento desta
instituição com estes ingentes representantes do cinema e audiovisual. A pairar
no ar fica o lapidar aviso desse membro do governo: “lá onde for a
responsabilidade do Governo, que não haja dúvidas, assumiremos e tomaremos as
medidas necessárias”(sic).
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