Somos África por aquilo que os americanos sabem muito bem: «It´s economy, stupid». África detém apenas 3% da produtividade mundial. Analistas económicos costumam dizer, hipócritamente, que se o continente inteiro desaparecesse o Mundo não sentiria a menor diferença. Um certo estudioso americano da escola pragmática de Chicago disse, contra a corrente, que a integração verdadeira dos afro-americanos deu-se com o uso do automóvel por parte dessa comunidade, colocando, assim, a questão ao nível da atitude económica ou de uma certa mentalidade progressista. Um economista queniano, já referido neste blog, gritou a plenos pulmões «parem de ajudar a África» argumentando que as ajudas trazem indolência, corrupção e falta de visão, além de dificultar os agricultores e empresários dos países africanos, que não conseguem competir com as ofertas de países desenvolvidos e com o «mercado negro» que se vai criando nas respectivas economias.
Em Cabo Verde abrem-se as portas aos investidores privilegiando-se, muitas das vezes, laços históricos em vez do know how tecnológico, revelando, com isso, uma mentalidade pos-colonialista eufimisticamente denominado lusofonia. A CPLP tornou-se uma miragem. Mais longe se vislumbra a emergencia económica da China que vai se constituindo á espaços, mais ou menos claros, uma solução, não só para Cabo Verde, como para outros países do continente africano. Nós os caboverdianos sofremos, todavia, uma espécie de estatuto económico ambivalente - a do PMA ou PDM. O significado da sigla poderia, a meu ver, traduzir-se: PMA - (Pais Menos Africano) que, em princípio, passa a ser PDM - (Pais Democrático Minúsculo). Nunca chegamos a sair desta ambivalencia.
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