A blogosfera caboverdiana padece de relativismo crónico. Nunca convencemos ninguem e não é pelos argumentos que se leva o cesto á vindima. É mais misterioso do que isso: Só chegamos uns aos outros quando nos convertermos na própria mensagem. Sou eu, não é o que eu digo. Ès tu, não é o que tu dizes. Formamos, amiúde, circuitos fechados, mudos, inexpugnáveis, e tudo o que é inexplicável. Parece haver fios invisíveis que ligam uns aos outros mas são tão subtis e frágeis que ao mais leve sussuro desparecem no tempo. Esse mundo parece ser o mais verdadeiro na blogosfera caboverdeana: enclaves intimos e, por vezes, étnicos.
Senão vejamos:
O meu leitorado há de perguntar para que serve a crónica. Sem muita certeza, direi que talvez sirva para atestar que nunca me curvei diante dos deuses pés descalços, nem dos palanqueiros de serviço. Queria ter alguma isenção, mas não padeço de neutralidade. Daí não ser indiferente aos ataques que me fazem. Et pour cause, esse aspirante a intelectual, merece pena e complacência. Há distúrbios herdados, pelos quais não temos culpa, ficando Freud para os explicar. Agora certo analfabetismo, não se compreende, nem se desculpa…
Há coisa mais hermética do que isto? Por favor, Filinto Elísio diz-nos que cabeça rolou neste teu texto. Nós, os bloguistas caboverdianos estamos ansiosos por saber. Pode ser que conheçamos e acabemos de vez com ele. Que tal?
5 comentários:
Tanta demagogia nos blogues caboverdianos! Tantas palavras caras- um chorrilho de expressões tiradas dos mais eruditos dicionários, mas que no fundo não querem dizer nada e não chegam a niguém. Num país como Cabo Verde as pessoas deveriam ser mais objectivas.
A maioria dos blogs criolos não são mais do que montras presunçosas de uma pseudo intelectualidade.
Pela sua escrita, senhora anónima, presumo que seja uma tuga que acha que os cabo-verdianos não podem ser intelectuais. Tem sido o pensamento dominante no vosso meio racista... eu sei do que falo, e você me entende, com certeza, Sra anónima. Não te deixes levar por esse caminho, por favor, Mário. Os Blogueiros cv têm a liberdade de se expressarem do que jeito que entenderem... não achas?
Uma coisa é a livre expressão do oensamento. Outra é vaidade de quem fala para uma muito pequenissima minoria.
Vaidade de quem escreve a olhar para o umbigo- haverá maior racismo do que o racismo de pensamento.
Já agora meu caro amigo. Menos comentários xenófobos em ralação aos "tugas" ficar-lhe-iam muito bem.
A minha resposta "cara amiga" respondeu-lhe à altura. Tenta decifrar o teu primeiro comentário.
Já agora gostaria que me mostrasse as escritas para o umbigo que tanto nota nos blogs criolos. Quais? Existe de tudo um pouco nesse pequeniníssimo mundo bloguista cabo-verdiano. Alguma outra coisa lhe incomoda.
Filinto Elísio escreve de facto para o próprio umbigo ou, quando muito, escreve para um grupo de amigos que provavelmente entendem o seu private jokes. Ele faz parte da geração mais antiga, que escreve de forma rococó, uma derivação exagerada do barroco.
Mas o que eu quis dizer mesmo é que ele revela alguma covardia e solipsismo na forma como aborda certos assuntos.
Quanto a questão de ser tuga ou não, eu preferiria não entrar em «enclaves étnicos». Percebem, não é?
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