Há algo de absurdo e apressado na forma como o programa «Nha Terra, Nha Cretchéu» foi cancelado. Dos dois programas que passavam na RTP África esse era o único que tinha melhor conteúdo e qualidade.: informações bem analisadas e fundamentadas sobre a realidade politica, social e económica de Cabo verde. Enfim, o tipo de programa capaz de passar em canais internacionais. "Um exemplo de serviço público" como referiu Cristina Fontes. Apelidado de «programa dos tugas» por João Pires, director da TCV, a razão do cancelamento parece ter razões do tipo surreal e que se prende, em certa medida, com o nacionalismo exacerbado de um certo lobbie politico cultural caboverdiano. Ironicamente, a ultima edição do programa tinha um convidado : o primeiro ministro José Maria Neves. Nem a figura do chefe do Governo passou por esse crivo da razão distorcida ( é que nem o fim de contrato justifica tal falta). «Vá, sai, depressa».
Esta segunda-feira foi assinado um protocolo de colaboração com a televisão pública de Cabo Verde. Os dois canais vão cooperar em áreas como a formação de jornalistas ( os mesmos de sempre) e a produção de informação. Parece-me que no protocolo celebrado, está previsto também a concretização de troca de programas, sobretudo de produção nacional Que programa vai a TCV oferecer a TVI. "«Nha Terra, Nha Cretcheu». Oh não!!!, esse já foi cancelado. È fazer um!! Depressa!!. Afinal temos meios para fazer um programa igual, não é? Não, melhor, oferecemos aqueles dos antigos porque não temos equipa suficiente agora. A propósito, onde é que está o Sicrano da montagem? Já chegou alguma das câmeras que sairam para reportagem? ». «Dê-pressa.»
O recente website da TCV é a prova da pressa e da insensatez que sempre acompanhou a televisão pública de Cabo Verde: foi feita sobre os joelhos. A imagem que passa é de uma televisão pública pobre que não consegue manter-se nas fileiras da criatividade e inovação. Cabo Verde está, para já, mal representado, no conjunto dos programas da RTP- Àfrica, e pior está na www, com um site pouco criativo que parece ter sido criado por um estagiário da Web Designer ou por algum profissional que, á revelia de todos, «despachou» um projecto. Á pressa.
Toda esta estória da Televisão de Cabo Verde faz pareja com a analogia (recem-inaugurada por Guillermo Del Toro) de uma árvore que nunca cresce porque há, no subsolo, um sapo gordo e obsoleto, que está sempre a comer-lhe as raízes. Á pressa.
1 comentário:
Obrigado pela solidariedade. Defacto e apesar de sermos "tugas" tentámos sempre mostrar Cabo Verde aos caboverdianos. E fizemo-lo com a consciência de estarmos a dar o nosso melhor. É pena que os sentimentos de exclusão tenham sido mais fortes. A TCV deveia ter sido parte da nossa equipa e não nossa opositora, porque afinal de contas os méritos finais sempre foram da cadeia que emitia o programa.
Paciência. Decerto o Sr. João Pires terá melhores planos para a sua TCV- quiçá fazer na sua produtora um programa para aquele buraco de emissão deixado pelo nha terra. Assim mata dois coelhos de uma cajadada só- elemina os tugas como tinha prometido e ainda mete ao bolso por mandar fazer na sua "chafarica" um programinha.
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