Esta entrevista, no ano de 2010, com o Dr. João Neves, Director do Centro Cultural Português – Instituto Camões, instituição baluarte da lusofonia, foi movida por um secreto desejo direccionado para a afirmação da moderna cinematografia portuguesa na realidade cabo-verdiana, e para que a nossa futura cinematografia viesse a ser incentivada na arena das relações humanas e intercâmbio de ideias entre os criadores de ambos os lados. Algo que pareceu encontrar, naturalmente, eco nos desígnios do actual director do CCP-IC em Cabo Verde.
Qual o espaço ocupado pelo Audiovisual na vossa programação?
A nossa programação está estruturada em dois grandes blocos: uma que é a área da exibição e a outra da produção. Organizamos a nossa exibição em duas grandes mostras: uma para a área de documentário com um festival chamado Lisbon Doc TV que hoje em dia tem uma parceria com a DOC Lisboa e com a Associação Portuguesa para o documentário – a APORDOC - e contamos exibir ainda uma edição deste festival em Cabo Verde. E temos ainda outras secções relativas á produção ainda para este ano 2010 e que visa mais a exibição de curtas. Tratando-se da produção nós não temos ainda capacidade para apoiar uma produção mas sim de proporcionar contactos e possibilidades de negociação. Este ano pensamos retomar algumas das exibições de filmes portugueses desde que tenhamos autorização de exibir.
Não será, ainda, um pouco paternalista o modo como as coisas são idealizadas?
Não me preocupam a questão das dominações. Eu não tenho uma perspectiva nem paternalista nem uma perspectiva de exibição de uma superioridade intelectual. Nós colocamos a disposição dos criadores propostas artísticas. (…) e agora cumpre aos cabo-verdianos que também não conhecem muita coisa contactar, conhecer, gostar, apreciar e ficar a acompanhar esse fenómeno artístico e ao português “olha isso existe em Cabo Verde e é interessante ser visto em Portugal e da mesma forma aquilo que é Português que os cabo-verdianos possam ver do outro lado do Atlântico”. Eu tenho muitas estórias desta plataforma que nós temos que criar aqui plataforma porque isto é local de encontro de diversas pessoas, personalidades, etc.
Qual o papel do governo nisso tudo?
Tem sido positivo do ponto de vista daquilo que eu vejo, da energia das pessoas, da criação das ideias. Nós somos uma entidade estrangeira não estamos aqui para avaliar as actividades do governo. O que eu vou dizer aqui não é uma avaliação do trabalho do governo de Cabo Verde nesta área. O que eu gostaria era maior interesse das instâncias diversas oficiais pelo menos naquilo que já existe no audiovisual e multimédia e que eles podem dar um contributo de modo a projectar noutra dimensão. Mas não digo. Lembro-me desta parte. Nós tivemos o primeiro festival da CPLP – o primeiro – aqui em Cabo Verde. Nunca mais se fez e não me compete a mim as razões porque isso não aconteceu. Eu gostaria muito que Cabo Verde pudesse organizar mais festivais desses.
Qual o espaço ocupado pelo Audiovisual na vossa programação?
A nossa programação está estruturada em dois grandes blocos: uma que é a área da exibição e a outra da produção. Organizamos a nossa exibição em duas grandes mostras: uma para a área de documentário com um festival chamado Lisbon Doc TV que hoje em dia tem uma parceria com a DOC Lisboa e com a Associação Portuguesa para o documentário – a APORDOC - e contamos exibir ainda uma edição deste festival em Cabo Verde. E temos ainda outras secções relativas á produção ainda para este ano 2010 e que visa mais a exibição de curtas. Tratando-se da produção nós não temos ainda capacidade para apoiar uma produção mas sim de proporcionar contactos e possibilidades de negociação. Este ano pensamos retomar algumas das exibições de filmes portugueses desde que tenhamos autorização de exibir.
Equacionar nesta altura a viagem de um realizador, com o retorno que daí resulta, nesta fase, é bastante difícil. É que ainda não temos um público para custear uma viagem. Se calhar pro¬mover um encontro com os realizadores para que estudem e vejam uma forma de fazer as coisas. Prefiro muito mais esta faceta. A forma de divulgação da língua portuguesa não pode só ser feita por si. É um encontro de civilizações, um encontro de pessoas.
A cultura é produzida por pessoas. O que é importante aqui é que para além de pôr as pes¬soas em contacto com a língua é melhor pôr as pessoas em contacto entre si. Desse encontro deve gerar-se uma nova realidade, uma nova possibilidade de criação. E, portanto, este é o princípio básico do nosso crescimento. Não é trazer para mostrar o que nós fazemos mas é, sim senhor, proporcionar um contacto com a contemporaneidade artística de forma a que quem cá venha também leve essa forma de contemporaneidade artística. E é desse encon¬tro que se aproximem ideias, que se aproximam pessoas. Nós não fazemos exibição, nós promovemos cultura.
Não será, ainda, um pouco paternalista o modo como as coisas são idealizadas?
Não me preocupam a questão das dominações. Eu não tenho uma perspectiva nem paternalista nem uma perspectiva de exibição de uma superioridade intelectual. Nós colocamos a disposição dos criadores propostas artísticas. (…) e agora cumpre aos cabo-verdianos que também não conhecem muita coisa contactar, conhecer, gostar, apreciar e ficar a acompanhar esse fenómeno artístico e ao português “olha isso existe em Cabo Verde e é interessante ser visto em Portugal e da mesma forma aquilo que é Português que os cabo-verdianos possam ver do outro lado do Atlântico”. Eu tenho muitas estórias desta plataforma que nós temos que criar aqui plataforma porque isto é local de encontro de diversas pessoas, personalidades, etc.
Qual o papel do governo nisso tudo?
Tem sido positivo do ponto de vista daquilo que eu vejo, da energia das pessoas, da criação das ideias. Nós somos uma entidade estrangeira não estamos aqui para avaliar as actividades do governo. O que eu vou dizer aqui não é uma avaliação do trabalho do governo de Cabo Verde nesta área. O que eu gostaria era maior interesse das instâncias diversas oficiais pelo menos naquilo que já existe no audiovisual e multimédia e que eles podem dar um contributo de modo a projectar noutra dimensão. Mas não digo. Lembro-me desta parte. Nós tivemos o primeiro festival da CPLP – o primeiro – aqui em Cabo Verde. Nunca mais se fez e não me compete a mim as razões porque isso não aconteceu. Eu gostaria muito que Cabo Verde pudesse organizar mais festivais desses.
[Entrevista realizada em Abril de 2010]
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