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quinta-feira, maio 12, 2011

A ERA PIONEIRA DOS PORTAPACKS

A 31 de Dezembro de 1963, na retransmissão de uma partida de futebol americano utilizava-se, pela primeira vez, o instant replay (a repetição da jogada) numa emissão televisiva. Em meados dos anos sessenta (1965-1968) a empresa japonesa Sony comercializa, nos EUA, o primeiro vídeo dirigido a um mercado de consumidores fora do circuito televisivo. Eram vídeos portáteis que gravavam em branco e negro, baptizados de portapack, nessa era pioneira. O magnetoscópio portátil que, antes, devia ser transportado num carrito, se pode agora transportar ao ombro numa pequena caixa. Ninguém, então, previa que o novo suporte de imagens pudesse vir a ter algum tipo de conteúdo próprio ou ser motivo para novas formas de expressão dotadas de uma certa autonomia estética, como a que Nam June Paik (n.1932, Seoul), um dos pioneiros na arte da vídeo instalação, viria a protagonizar ao realizar, em 1966, a primeira instalação com monitores de TV.







As mudanças drásticas e perturbadoras do vídeo surgiriam, porém, quando a Sony introduziu, em 1969, o sistema de registo helicoidal que permitiu gravar em fitas de menor diâmetro. Aparece, assim, no mercado, o Videocorder AV-3400 Sony e todos os equipamentos foram reduzindo, drasticamente, as suas dimensões, tornando-se no principal mote de desenvolvimento de uma vanguarda artística, nos anos seguintes. De salientar que o aparato video popularizado pela SONY (sim¬paticamente baptizado de portapack), se apresentou no espaço público como a primeira grande alternativa para conseguir o completo controlo sobre o processo informativo, até então dominado pelas emissoras televisivas. Suas características de manejo, de ligeireza e leitura imediata, o convertiam na ferramenta ideal de intervenção social.

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