Na lógica de consumo que impera nas nossas modernas sociedades, há mais hipótese de um jovem se apoderar de um vídeo pré-fabricado na internet e recria-lo com base numa tecnologia de edição baixada na internet do que se entregar às complexidades de uma produção bem planificada com adereços e actores, ainda que seja no plano amador. O que se assiste, a esse nível, extravasa a questão ética e deontológica, para tocar os meandros da criminalidade: posse de bens produzidos por outrem e sua distorção ou desvio, numa lógica de experimentação naif irresponsável. Para além disso, o seu esforço de transformação estética acaba por incidir mai, nos aspectos formalistas da obra.
Consideramos que alguns dos nossos videastas (leia-se "futuros expedicionários") detêm uma vaga consciência das investidas intelectuais que fazem e acreditam ser isso um factor aditivo ao seu trabalho. È que, por vezes, a alta exposição à factores de risco, a nível dos recursos estilísticos e intelectuais, pode trazer mais perturbação à sua reflexão enquanto criativos, o que os leva a buscar com naturalidade zonas mais ou menos seguras de reflexão crítica e identitária.
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