Até há bem pouco tempo, quando se ouvia falar de ONG's pensava-se, de imediato, em problemas sociais (delinquência, desigualdades, etc). Mas de uma ONG para as Artes é que, ainda, ninguém tinha ouvido falar. Pois já temos, no solo caboverdeano, a Arterial Network Cabo Verde. Trata-se de uma representação, no nosso pais, da Arterial Network, uma rede continental, que emerge e actua na sociedade civil e é composta por artistas, artesãos, empresas culturais músicos, grupos de dança, grupos de teatro, escritores, artistas visuais e cineastas.
Esta iniciativa megalómana vem da África do Sul, na cidade de Cabo, e está comprometida, por um lado, com a prática qualitativa da arte enquanto arte, e, por outro lado, está, profundamente, envolvida numa luta sem tréguas para a eradicação da pobreza, pelos direitos humanos e pela democracia no continente africano. Aparece, também, naturalmente, ligado àquilo que se entende por economia criativa contrapondo-se à ideia de «indústrias culturais» (terminologia saída da Escola de Frankfurt de Adorno e Horkheimer), ou seja, trata-se de instaurar princípios e dinâmicas económicas ao campo das artes, incorporando exposições de venda, sponsors e agentes culturais comprometidos com a pequena produção activa dos artistas e artesãos.
Hoje, a “criatividade” é uma palavra-chave e afasta-se da ideia de “indústrias culturais,” Internacionalmente foi utilizada pelo Conselho da Grande Londres (Greater London Council), no começo da década de 1980 (DUISENBERG, 2009). Segundo os analistas essa mudança discursiva deve-se ao facto da ideia de «criatividade» integrar, por exemplo, o artesanato que, às vezes, aparece excluído da abrangência das indústrias criativas. Cabo Verde beneficia muito com essa prática discursiva (desde 2000) pois o seu desenvolvimento cultural nunca esteve dissociado do turismo cultural.
Hoje, a “criatividade” é uma palavra-chave e afasta-se da ideia de “indústrias culturais,” Internacionalmente foi utilizada pelo Conselho da Grande Londres (Greater London Council), no começo da década de 1980 (DUISENBERG, 2009). Segundo os analistas essa mudança discursiva deve-se ao facto da ideia de «criatividade» integrar, por exemplo, o artesanato que, às vezes, aparece excluído da abrangência das indústrias criativas. Cabo Verde beneficia muito com essa prática discursiva (desde 2000) pois o seu desenvolvimento cultural nunca esteve dissociado do turismo cultural.
Com a Arterial Network Cabo Verde, associação panafricana, estamos, assim, perante um conjunto de procedimentos / prácticas artísticas e discursivas de peso que podem reconfigurar, internamente, o sector das artes trazendo à tona todo o manancial e potencial criativo de jovens artistas e artesãos, ao mesmo tempo que os internacionaliza.
De notar aqui que a Arterial Network, organização-mãe, fará a sua primeira conferência anual continental sobre a Economia Criativa, em Setembro 2011, que coincide com a sua terceira conferência bianual. Segundo informações da rede «os objectivos dessa conferência são de fornecer uma visão global teórico e estatístico da economia criativa africana como uma base com fins de intervenções futuras e de plaidoyer, assim como de identificar e desenvolver uma especialização africana nesse domínio».
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