2. O Homem. O ministério que lhe fora atribuído é a sua cara, como um fato feito à medida. Porém, entra em desacordo com o líder do Partido e apoia a candidatura de AL. O seu pedido de exoneração, na consequência da derrota deste nas eleições, não deveria constituir necessariamente uma derrota política dele, para que fosse afastado do cargo. Até aqui ainda se aceitava a razoabilidade das suas acções. Porém, a sua derrota, a mais aparatosa, é o facto de ter pedido a todos que votassem no Manuel Inocêncio Sousa. Inaceitável para um espírito sóbrio! Isso fez tremer muito a sua imagem de homem de carácter.
3. O Carrasco. Agora que estamos no Presente do Indicativo, a cabeça dele é servida de bandeja à mesa do Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca e o seu carrasco é o Primeiro Ministro, José Maria Neves que vai despedaçar e distribuir o seu corpus ministerial pelos vários cantos ministeriais do seu governo
4. A Lenda. A História de Filú** terminaria aqui se os Homens não fizessem, também, Lendas. Não fosse, igualmente, a presença inexcedível do Pai Político que pelos vistos não arreda pé e já disse, uma vez, que se deve contar com ele. O próximo treino político de Filú pode já ter começado a estas horas. Assistiremos a uma rentrée política de Filú daqui há uns dias, meses, anos?
5. O Desfecho. Os militantes tambarinas sempre falaram em duas sensibilidades no seio do seu partido – a de Filú e a de José Maria Neves – e o facto de Pedro Pires ter, aparentemente, apoiado Aristides Lima, pondo-se ao lado de Filú, significa que é a sensibilidade deste que prevalece. E se o processo histórico desse partido não o confirmar, a Lenda se encarregará de fazê-lo. Pois claro, a Lenda: algo que só se compreende no coração dos Homens.
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**Nota: Filú é visto aqui como a imagem lendária do político que foi forjada e conduzida pelos seus militantes e não pelo indivíduo nascido de nome Felisberto Vieira (que deve estar a rir-se de si próprio como um bom cristão, nunca se compadecendo de si mesmo. Como ele deve saber: nenhuma divindade se compadece da nossa impotência.
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