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sexta-feira, novembro 28, 2008

«PRISON BREAK» (FUGA DA PRISÃO)

Não, a sério. Estou mesmo a curtir a escolha da TCV, ultimamente. Boas séries e tal, filmes bons aos fins-de-semana (todos devidamente com direitos de transmissão, não é?!). Água boa.
Gosto de filmes sobre as prisões afro-amer... (não)... norte-americanas. Em todas elas a violência e a corrupção dominam todo o argumento. Os Condenados de Shawshank (EUA, 1994) de Frank Darabont, com Tim Robbins, e Prison Break (EUA, 2004), criado por Paul Scheuring são provavelmente os melhores exemplos disso. Nos dois filmes ambos os personagens chegam á prisão nas mesmas condições: inocentes (mesmo)!
Scofield (Wentworth Miller) e Andy Dufresne (Tim Robbins) têm razões completamente diferentes e o seu confronto com a dura realidade das prisões é tambem distinta, em grau e parentesco cinematográfico: o espectáculo de uma consciência em acção que está presente em Os Condenados de Shawshank quase que aproxima este filme do universo cinematográfico do «enorme» cineasta japonês OZU; o frenesim presente na série televisiva Prison Break - uma conspiração política para acabar com a vida um homem inocente - está, talvez, mais próximo de um Oliver Stone ou de um Ridley Scott, quando este muda de pele.
A hiper-tranquilidade de Andy Dufresne (Tim Robbins), o seu aspecto silencioso reverte-se na própria estrutura do filme que nada mais é do que uma longa e penosa travessia simbolizada na fuga fabulosa do protagonista «por um inferno de lodo e esgotos». Os longos planos-sequências respeitam esse tipo de cinema mais reflexivo, dado pelo voice-over de Red / Morgan Freeman, aspectos esses ausentes em Prison Break, no qual dominam mais as acções violentas com travellings rápidos, planos serrados que criam a sensação de aflição como é próprio das prisões. Se a personagem Scofield (Wentworh Miller) tem todo o mapa da prisão tatuado no corpo, n' «Os Condenados de Shawshank», Andy Dufresne (Tim Robbins) tem o mapa tatuado na sua consciência, forjado no silêncio de uma cela.
Entretanto ambos, por questões comerciais, não tocam as baínhas do cinema hiper-realista e radicalmente contemplativo de Robert Bresson que tambem filmou a realidade das prisões com «Um Condenado á Morte Escapou» (1956). Este cineasta reinventou o conceito de cinema substituindo-o pelo de «cinematográfico» ao pretender mostrar ao espectador a essência das personagens, substituindo os actores por «modelos» cujos gestos, olhares e expressão facial ganham relevo no esquema argumentativo e na direcção do filme.
Isso, sim, seria uma catástrofe para quem quer apenas ... divertir-se.

quinta-feira, novembro 27, 2008

MALA EDUCACIÓN

No parlamento, Fernando Freire, lider parlamentar, amua e não quer falar.

Jorge Santos faz birra e quer abandonar a sala.

Na câmara da Praia, Edna Oliveira está sempre a falar na vez da Rosa.

Claudia Rodrigues deu um grito que perturbou os católicos conservadores...

A Isaura Gomes anda a assustar as criancinhas e a deitar a lingua de fora aos estilistas.

A jornalista Elizabete Correia anda a massacrar toda a gente em horário nobre, na TCV,

só porque confundiu um salão de cabeleireiro com um programa de televisão.

«Bianda» anda a atirar tomates podres ao governo ...



... e eu ? Apetece-me aqui puxar as trancinhas da Eilleen ...

MALA EDUCACIÓN

terça-feira, novembro 25, 2008

RESGATE


Foto: Abraao Vicente

A criança vê mas guarda algo dentro de si. É, talvez, isso o olhar. É tambem a visão de um fotógrafo: o seu resgate pessoal.

sexta-feira, novembro 21, 2008

OBAMA E O CINEMA

Exemplos há muitos. As comparações e epítetos não param sobre ele: é Mr. OBAMA, aquele que Ridley Scott definiu como um “excelente actor, cálido, humano, preciso”. A sua história é muito parecida com aquela de que o cinema adolescente adora abusar no argumento: sempre aquela estória de autosuperacão, de fé em si mesmo apesar das adversidades e, enfim, a exaltação de uma sociedade que permite o éxito a quem o demonstra. Tambem a noção de «superpoderes» não está posta de parte.
Já o comparei, aqui, á figura real do imperador etíope Haile Selassie [uma comparação, de resto, demasiado absurda para que faça sentido (é para isso que servem os blogs)], mas no cinema, a película que mais me ocorre, de imediato, quando se trata de Obama não é uma longa-metragem mas sim uma série televisiva: o 24 horas (4.ª Série) e a figura iconográfica do Presidente Afro-americano, na personagem Robert Palmer [demasiado óbvio para que seja uma comparação interessante (é, tambem, para isso que servem os blogs)].

Palmer / OBAMA é amigo pessoal de Jack Bauer/PODERIO TECNOLÓGICO-MILITAR ... especialista na detenção e eliminação de acções terroristas.

A série foi concebida uns dois/três anos antes e, já que estamos em maré de comparações a OBAMA, apetece mencionar «Viagem na Lua» (1902) de George Meliés , a antecipar a verdadeira viagem do homem á Lua ( em 1969). Desta vez, se usarmos, meramente, o mecanismo causa-efeito, o efeito foi mais depressa: .... é o real que fomenta a ficção... ou é a ficção que persegue o real ?!

quinta-feira, novembro 20, 2008

Teatro

Fui espreitar, ontem, a peça de teatro «Máscaras» do João Branco [com Mano Preto escondido por trás de uma máscara]. Gostei da peça, do primeiro ao ultimo acto, que não foi no palco mas na plateia, com a improvisada (?) provocação aos presentes. Essa espécie de desenredo, que desperta pela sua imprevisibilidade, quase que responsabiliza as pessoas por aquilo que andaram a ver, confrontando a arte com as suas vidas. O melhor exemplo disso, no cinema, talvez esteja presente n' «O Sabor da Cereja» de Abbas Kiarostami: depois de passear, pelo enredo, a figura trágica do protagonista até ao suicidio, o cineasta nos deixa ver os bastidores das imagens das filmagens, questionando por dentro a própria obra, sem ligar aos «anseios» ficionistas do público. O efeito é estranho e obriga todos, igualmente, a questionar. Estranho, tambem, é o modo como soa a mediação de um fragmento textual, tirado a papel químico, das composições de Orlando Pantera no decorrer de uma cena teatral desse estilo. Fantástico!



Ontem só faltou mesmo aquele beijo real (de que tanto se poetizou) a um felizardo qualquer que estivesse nessa halloween de alta definição.


Challenge: «War»

WAR


Until the philosophy which hold one race

Superior and another inferior

finally and permanently discredited and abandoned

Everywhere is war, I say it's war.



That until there are no longer first class

and second class citizens af any nation

Until the color of a man's skin

is no more significance than the color of his eyes

I say war



That until the basic human rights are equally

guaranteed to all, without regard to race

This is war.



That until that day

the dream of lasting peace, world citizenship

rule of international morality

will remain in but a fleeting illusion

to be pursued, but never attained


Now everywhere is war, war.


And until the ignoble and unhappy regimes

that hold our brothers in Angola, in Mozambique,

South Africa sub-human bondage

have been toppled, utterly destroyed

Well, everywhere is war, I say war.



War in the east, war in the west

war up north, war down south

war, war, rumours of war.



And until that day, the African continent

will not know peace, we Africans will fight

we find it necessary and we know we shall win

as we are confident in the victory.



Of good over evil, good over evil, good over evil

Good over evil, good over evil, good ever evil.



(Discurso de Haile Selassie na Liga das Nações em 1936)


Picture Edited by «Tempo de Lobos»

terça-feira, novembro 18, 2008

Economia da Cultura?!...ahnnnn!! Agô dja N' tendi...

Agora falando sério. O que é eu compreendi, na minha pouca frequência ás «aulas» da cultura é que: fala-se d' «a cultura como actividade geradora de rendimento» que, por sua vez, precisa de investimento, que pode vir de Portugal, Brasil, Espanha, Luxemburgo, Senegal, Canárias e Holanda, estando, no forum, para tal, especialistas destes países que nos vão ajudar a pensar como chegar, com os seus investimentos, a criar uma indústria da cultura, com controle fiscal e de propriedade, no nosso país. Certo?!


Ok, então espera aí. Há muita gente no planetário da cultura a querer algo mais silencioso e menos pomposo: um centro de investigação em audiovisual, documentário e cinema, bem financiado. Seria um bom começo ... para artes, inventos, experimentações,... um silicon valley caboverdeano? Dá para deitar umas moeditas cá pro sectorzinho, no finalzinho bom?


hey... dinheiro ... é dinheiro... e tudo vai parar ao valley da economia... é, não é?

Economia da Cultura?!!!

João Branco, tragando o seu café margoso, disse, de soslaio: «neste momento estamos a tentar entender o que é isso da Economia da Cultura». E eu, que adoro o meu café com açucar, digo, com olhos escancarados: « vejam a Economia que está na plateia e a Cultura que sobe ao palanque e façam as contas».

Le Racisme vient de l'avenir» - Jacques Lacan

Quanta ironia e enigma não estará nesta frase singela, porem intrigante, de Jacques Lacan: «Le Racisme vient de l'avenir»!!