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segunda-feira, setembro 24, 2007

W de What'a-Wonderfull-World-Wide-Web

A Web 3.0 será o futuro da internet. As actuais investigações vão no sentido da criação de uma nova mega estrutura destinada a substituir o actual world wide web. A Web 3.0 está em fase de preparação e representará uma nova forma de navegar, mais rápida e eficaz e principalmente com maiores potencialidades. A velocidade de navegação será de 50 Mb/seg. As causa desta revolução silenciosa que já foi iniciada deve-se ao boom das redes sociais (Myspace, Hi5,...), tv on line, vídeos e redes peer-to-peer. A world wide web deixará de existir, daqui há alguns anos, e passará a assumir a designação de World Wide Database: deixa de ser uma rede de documentos passando a ser uma rede de informação. Uma das grandes revoluções é que a extensão «.com» extinguir-se-á e surgirão dominios mais pessoais e particulares, do estilo http://www.minhapágina.helena.hn/.
Recorde-se que a world wide web foi criada por um inglês Tim Berners-Lee e por um belga Robert Cailiau, cientistas do Centro Europeu de Investigação Nuclear da Suíça.
Wikipedia passará a ser Wika
Jimmy Wales vai apresentar, em Dezembro, a Wika - versão beta do novo motor de busca Wikipedia. O fundador da enciclopedia Wikipedia quer, com esta mudança, fazer frente ao Google em algumas matérias.
Fonte: FCCN / Newsweek

V de «Voyelles» e Visionário



O meu amigo inglês Joe Underwood pintou «The Pile Up of Progression» inspirando-se em «Voyelles»* do visionário-anárquico Arthur Rimbaud (1854—1891):

A noir, E blanc, I rouge, U vert, O bleu: voyelles, / Je dirai quelque jour vos naissances latentes: / A, noir corset velu des mouches éclatantes / Qui bombinent autour des puanteurs cruelles, / Golfes d'ombre; E, candeurs des vapeurs et des tentes, / Lances des glaciers fiers, rois blancs, frissons d'ombelles; / I, pourpres, sang craché, rire des lèvres belles / Dans la colère ou les ivresses pénitentes; / U, cycles, vibrements divins des mers virides, / Paix des pâtis semés d'animaux, paix des rides / Que l'alchimie imprime aux grands fronts studieux; / O, suprême Clairon plein des strideurs étranges, / Silences traversés des [Mondes et des Anges]: / — O l'Oméga, rayon violet de [Ses] Yeux!

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* [Tradução de Gaetan M . de Oliveira]:

Vogais
« A negro, E branco, I vermelho, U verde, O Azul: / Das vogais direi um dia os partos latentes: / A, veloso corpete negro das luzentes / Moscas que rondam fétido e cruel paúl, //
Golfos de sombra; E, candura de fumos e tendas, / Lanças de altivos gelos, reis brancos, tremor de umbela; /
I, púrpuras, cuspo e sangue, furor / No riso dos lábios belos, ébrias emendas; // U, ciclos, vibrações divinas
dos virentes / Mares, paz de pastos e gados, das pacientes / Rugas que a alquimia imprime em sábios sobrolhos; // O, Clarim supremo de estranhos gritos fundo, / Silêncios cruzados por Anjos e por Mundos: / — Ô, de Ômega, raio violeta dos Seus Olhos!»

sexta-feira, setembro 21, 2007

U de Utopia

«O homem não está só na história, mas leva sobre si próprio a história que explora»
Raymond Aron

A crise da realidade provocada pela Guerra do Golfo, em Janeiro de 1999, e posteriormente pela guerra do Afeganistão, em 2001, gerada como represália aos atentados de 11 de Setembro, levantou o problema da utopia da objectividade televisiva: a imposição de uma hipotética história objectiva da guerra não teve sentido. O poder omnisciente da CNN encontrou, desde logo, um contraponto na contra-informação da cadeia televisiva do mundo islâmico AL-Jazeera. O jogo sujo da guerra das imagens - que se impôs e se impõe durante esses acontecimentos - não cessou e numerosas imagens e informações se colocaram sob suspeita. Talvez a única excepção tenha sido, infelizmente, o atentado de 11 de Setembro contra as torres gémeas de Nova York, em que o relato informativo tel quel superou todos os filmes de catástrofes hollywoodescos.

A crise da verdade televisiva e com ele o modelo de utopia da informação pôs em crise um modelo de realismo entendido como afirmação da objectividade e trouxe ao primeiro plano os limites da ficção. O efeito bigger than life hollywoodesco fornecido pelos relatos comoventes dos protagonistas das tragédias tão pouco resolve esta crise. Atente-se por exemplo no caso do casal McCann - cuja filha Madeleine foi supostamente sequestrada – que, para já, começa a ganhar contornos grotescos e assombrosos prefigurando-se, talvez, como o maior embuste televisivo infligido ao espectador.

O problema de fundo é que se começa a estabelecer uma fronteira volúvel e confusa entre o real e a ficção. Estabeleceu-se já, ao nível do conhecimento humano, uma reformulação do conceito clássico de ficção que voltou a centrar o debate na necessidade ficcional como instrumento para o conhecimento e questiona-se, cada vez mais no mundo académico-universitário, a importância que a ficção pode exercer dentro de uma cultura contemporânea na qual se impôs, para já, uma crise de objectividade informativa. Tal constitui, por exemplo, a posição de Jean Marie Schaeffer na sua obra Pourquoi la ficcion? ( Paris, Seuil, 1999).

Para chegar ao conhecimento das causas reais a história teria que deixar de ser explicação para transformar-se em interpretação das intenções, sentimentos e razões das pessoas envolvidas, defendia Georg Simmel, ainda, no inicio do sec. XIX. Deste modo, somos cúmplices de toda a realidade e estaremos, então, a buscar a nossa verdade ao elevar o nosso nível de interpretação, daquilo que levamos em nós, para ultrapassar essa contínua suspeita em relação á informação televisiva.
A tendência actual é que o cinema de ficção como documento histórico pode estar a responder facilmente a algumas das questões que se encontram em contínuo movimento no presente, mediante a sua fabulação. Chegou-se á conclusão de que as imagens já não são o reflexo da realidade mas sim uma construção dela estando condicionada pelo pensamento que o cineasta inscreve, na qualidade de construtor das imagens. Os procedimentos de carácter estrutural, formal ou técnico dos cineastas devem, em princípio, desvelar o pensamento de uma época. Os casos mais significativos dessa construcção talvez sejam a América paranóica de Oliver Stone; o binómio corpo vs. virtualidade de David Cronenberg; ou o absurdo e queda em abismo de Abbas Kiarostami.

quarta-feira, setembro 19, 2007

T de Temperamentu, Tíru y Têra-Têra

T di Têmperamentu

Era un bez un rapaz ki tinha mutu mau tempêramentu. Sempri ku sê rostu runhu é ta txomaba tudu alguem di ignorânti, «besteirol», y ot'ora é tinha un manêra pôku ortodoxu di kôba alguen. Por isso sê pai da'l um bôlsa di prêgus y é fla-l p'e prega-s na parêdi de madêra di ses jardim tudu bez k-e perdi paxenxa ô diskuti ku alguem. Na primêru dia é prêga 37 prêgus. Mas passadu uns semanas é prende kontrola e, asi, númeru di pregus marteladu na parêdi di madêra ba ta diminui dia pa dia: é tinha diskubertu ma era más convenienti pa êl controla sê temperamentu di ki prêga prêgus na parêdi di madera. Uns semanas dispôs é ba djôbi se pai y ê-fla-l ma duranti kel dia é ka martela nenhun prêgu. Sê pai fla-l nton p' ê trá un prêgu pa cada dia ke ka perde paxenxa. Dias ba ta passa y finalmenti rapaz pôde flá sê pai ma dj'ê kaba de trá tudu prêgu di parêdi.
Nton sê Pai, xei di intenson, lêba'l pa djuntu di kel parêdi di madera xeiu di brákus y é fla-l: "Nha fidju, bu comporta drêtu, mas ôdja tudu bráku ki stá na cerca. È ka ta ser jamás kel u-mesmu di antes. Ò ki bu briga ku alguen y bu fla-l algu ki ta mâgua-l ô ta maltrata-l bu ta provokal um pankáda moda keli. Bu pôde mêti un fáka num hômi y dipós bu tra'l, mas ta fika sempri un pankadinha lá. Ka ta importa kantu bez bu pidi-l diskulpa: cicatriz ta fika lá pa sêmpri.»

T de Tíru
Kel stória sta bem a propósitu di un kâsu ridíkulu entre dôs puetas simbolistas francês di sec. XIX, ki dam graça: Paul Verlaine dá sê amigu Rimbaud um tiru dipôs di un discusson, é ba kadeia dôs ânu. Kantu é sai é tenta pidi Rimbaud diskulpa di tudu manêra, duranti tudu sê vida, mas foi en van. Ma si nu djôbi ses skritus nu ka ta ôdja nenhun índice di violencia, só musikalidadi y beleza ráru. È, sim: mediokridadi y arte pôdi convive djuntu na un mêsmu personalidadi.

T di Têra, Têra!
Têra-têra! N têni un grôgu kana-kana lá na kasa ki N ta tôma têpu-têpu, badiomenti y na paz di sprîtu. Sen fadiga txeu ... nes têmpu di lobos.

terça-feira, setembro 18, 2007



APARTIR DE HOJE TEREMOS, PELA PRIMEIRA VEZ, NO TEMPO DE LOBOS UM COLABORADOR - O MEU AMIGO INGLÊS JOE UNDERWOOD QUE VAI CONTRIBUIR COM AS SUAS TELAS E COMPOSIÇÕES PICTÓRICAS, ALGUMAS DELAS FEITAS COM BONECOS INFANTIS, PARA CARACTERIZAR ESTE TEMPO EM QUE VIVEMOS.
JOE UNDERWOOD É TAMBÉM UM VEGETARIANO CONVICTO: ACREDITA QUE A CARNE E OS SEUS DERIVADOS AUMENTAM, EM TERMOS BIOQUÍMICOS, OS ÍNDICES DE VIOLÊNCIA NO HOMEM.
INICIAMOS, ASSIM, COM UM CLOSE UP OF STYLE.

segunda-feira, setembro 17, 2007

S de Site-Sapo.cv

A PT vai arrancar o seu portal www.sapo.cv, exclusivo para Cabo Verde, em Outubro. A organização do portal será idêntica à do sapo.pt, com as naturais adaptações para a realidade cabo-verdiana. O portal terá notícias e uma área da Comunidade, onde estarão alojados videos, blogs, fotos, etc. Joaquim Arena [http://www.asemana.cv/article.php3?id_article=22522], jornalista, escritor e advogado, autor do romance «A verdade de Chindo Luz», é o gestor editorial e pretende contactar bloggers crioulos, de todos os cantos do mundo, para se alojarem também no domínio sapo.cv. Passe a palavra entre o pessoal que mantêem blogs, filmes e fotos na net sobre Cabo Verde, pois será um portal exclusivamente para o nosso país.

R de Roberto Rosselini [«Roma-cidade aberta» (1945)]

Entre 1943 e 44, Roma, sob ocupação nazista, é declarada "cidade aberta", para evitar bombardeios aéreos. Nas ruas, comunistas e católicos deixam suas diferenças de lado para combater os alemães e as tropas fascistas. De salientar que as filmagens de Roma, Cidade Aberta iniciaram-se ainda durante a ocupação Nazi na capital italiana, o que confere ao filme aquele carácter de documentário. O filme é considerado um dos maiores da história do cinema pela crítica especializada e é estudado em todas as escolas de cinema e de documentário do mundo. Filmado em locais reais e com actores amadores, Roma, Cidade Aberta tornou-se, assim, o marco inicial do neo-realismo italiano, provando que é possível fazer-se cinema mesmo sob as condições mais precárias. Enfim, todos os caminhos (do real) vão dar ao ... cinema.

sábado, setembro 08, 2007

Q de Quero-Que-Quebres-e-te-Quedes-Quente, Querida.

Gosto do mar. Gosto de ir á Quebra-Canela, gosto de vir-me... da Quebra Canela.


Uma vista rápida por cima da montanhas, curvas e enseadas. Já perto do mar, por cima da enseada, a espuma das ondas propaga o seu halo quente até mim. Desço a enseada arenosa do dorso da colina que resvala até á praia arenosa e quente. «Oh! esta areia está mesmo quente.» Apresso os meus passos em direcção á orla do mar, num misto de ansiedade e prazer. Quedo-me por uns instantes na areia para lhe tirar o odor e o calor. De seguida meto-me sem contemplações naquela água quente e húmida; meto-me a fundo até aos corais passando ao de leve a roçar as ouriçadas. Permaneco-me ao fundo ondulando-me o tempo suficiente para ter aquela sensação de perda, do absoluto, de proximidade, de pequena morte. Volto á tona: uma onda enorme de calor, água e vapor, está prestes a cair-me em cima da cabeça. Pensei furar ali mesmo e acabar, o que seria frustrante; mas em vez disso faço aquilo que os craques da Quebra-canela chamam de «panha cachorro» - até á praia. Prancho todo o meu corpo sobre a superfície límpida e húmida do mar e deixo-me ir. O meu coração aumenta de cadência e bate compulsivamente, enquanto movimento as minhas nádegas e os pés tentando manter-me na crista da onda. A toada imensa de água, sal, espuma, força, leva-me prazerosamente até esvanecer-me na praia. «Ahhhhhhh...hmmmmm, foi boa a cachorrada». Aí deixo-me ficar algum tempo, ofegante, no seu leito cremoso. Ela - o mar - quente, quente, quente, ... como só ocorre em algumas tardes solarengas de Domingo. O sol continua a beijar-me o rosto e a língua troteante da água alisando os meus pêlos do peito. Os gritos e risos das crianças em brincadeiras na praia chegam ao meu ser como um cântico de querubins. Instantes depois, que pareceram uma eternidade, levanto-me para pegar uma onda ainda mais bonita e voluptuosa. 'Got the Picture?


terça-feira, setembro 04, 2007

P de ... ?

Mágica de bastidores, figuras clownescas, burlescos cinematográficos, intimidadis ... tudo isso apaga-se perante um facto que já comprovei: as pessoas são sempre mais sofisticadas do que aquilo que parecem. Kantu grau di sofistikason stá na bô, leitor? É tan forti ki ta bai ti pou kai na vaziu, moda cinema de Robert Bresson? Ô é moda sonoridadi di Charlie Parker kantu kumesa ta toca? [ a' êl é foi di tan grandi sofistikason k' es mandal studa ôtu bez]. Ô kel grau é similar a kel di Vasco Martins ki dja tinha sê composisons na obidu stranjeru, mesmu antes de um estudanti di têra sábe kem el ê? Ô é môda kel ki Ferro Gaita traze pa funaná di têra? Ô bô é tan poko sofistikadu k'es ta txomou koitadu?

Es P li ta fika na bu kritériu: atribuil um sequenciason di acordu ku bu sofistikason.
Foto: «Angelus Novus» de Paul Klee