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terça-feira, outubro 16, 2007

Z de Zen (a Oriente) e Zweckrationalitãt (a Ocidente)

O melhor de dois mundos - a ocidental e oriental apresenta-se, a meu ver, sob duas formas de consciência expansivas, uma mais racionalizante e metódica do que a outra. Ambos constituem de certo modo o alfa e o ômega da consciência e do labor humano. Isso vem a propósito de algo que li na revista «Exame» sobre gestão e economia: «Sri Sri Ravi Shankar ensina produtividade Zen - uma técnica de respiração indiana ensinada no local de trabalho promete aumentar a produtividade. A PT é uma das 30 empresas que já aderiram.» O guru Sri Sri Ravi Shankar, que já tem milhões de seguidores, criou a Fundação «Arte de Viver» e concebe cursos específicos para empresas onde são ensinadas técnicas de respiração para elevar a satisfação e a produtividade. A busca activa do satori - a libertação ou iluminação - está incluída num programa empresarial mais vasto chamado Achieving Personal Excelence. Neurologistas indianos demonstraram, até esta altura,, que a práctica regular da sudarshan kriya processo de respiração com vários ritmos tem uma taxa de sucesso de 68 a 73% no tratamento da depressão no local do emprego. Respirar com consciência e meditar são prácticas que têem vindo a prender a atenção do mundo ocidental. Com isso a práctica Zen ultrapassou as portas dos templos budistas orientais para chegar ao mundo do trabalho. São os tempos: importamos espiritualidade.


Outro mundo é aquela que parte do conceito originalmente adoptado por Weber: zweckrationalitãt (racionalidade instrumental) e que Feinberg faz recair na importância dos símbolos para a vida pessoal e para a estabilidade social. Não podemos ter uma coerência individual e vida colectiva sem avaliarmos a nós próprios como símbolos e modelos racionalizantes. Isto para a realidade quotidiana é de extrema importância. Ambos os mundos podem ser conciliados, a meu ver, se pretendermos manter-mo-nos «normais» neste tempo de lobos. Seja como for, para muita boa gente basta simplesmente pegar numa bicicleta ao final do dia e avançar em direcção ao pôr do sol...

segunda-feira, outubro 15, 2007

Santa Teresa krê pa pobreza ser
Rainha li di bâxu* y ê sima stá skrebêdu.
Pôkus Kusas è ta flá dês governason,
Y é ka ta fika sô pa detalhes ki ta sobra

Mas pôntu krucial, na sê opinion, kel kusa ki nu ten ki ôdja:
Livre arbítriu ta pêsa, ta argumenta y ta parlamenta,
Dipôs pôbri-di-kurason ta dicidi y ta sigui sê kaminhu.

Kênha ki ta impidi'l? Sê ûniku deseju é ka ôtu
Sinon keli: stá, um dia, entre kel númeru di eleitos
Servidor poderosíssimo, soberânu poderosíssimo.

Pródigu y, acima di tudu, ka ta liga kusas materiais, di ten
Mas ta akumula sempri kûsas ke ba ta sabe:
Pa súbditu tan altivu y livre - ki rainha!

Paul Verlaine [Traduson ku tradison]

* Dicotomia céu-terra, paraíso-inferno.

terça-feira, outubro 09, 2007

Y libre!

Y no es suficiente con que el pensamiento busque su realizason, es preciso que la realidade busque el pensamiento ... y asi pues que no hay gesto radical que la ideologia no intente recuperar... y los que se quedan en contestacion parcial integran la función opressiva del gobierno...y en concecuencia se quedan prisoneros de todo el sistema... y no se cultivan mucho...y no tienen, quizas, una postura y imaginación ficcional... y su realidad es una forma de armazén, sin contenidos; un local donde todos entran e salen iguales... donde la mediocridad es la norma... y no respéctan nada y nadie...y no respectan ya el orden moral y familiar...y no saben cual es sus verdaderos origenes ... y sin intentarlo se créen justos... y sin saberlo todo, se creen inteligentes... y solamente porque compran el ultimo modelo de mobile Nokia se creen llenos de conocimiento y sabedoria sobre las cosas... y, sin saberlo, ya son los nuevos esclavos de la era tecnologica... y solo escuchan la repetición... y nunca escuchan a la cancion... y no danzan una musica que ha sido hecha para danzar... y no saben dialogar uno con el otro... y quando lo hacen es con un transfondo musical inadecuado para hablar... pero lo que me da rabia es que te hacen sentir una mierda quando los dizes que tienen razon, por respecho a su opinion... y si, que son locos, ellos... y tienen una falsa dinamica... y beben mucho ... y sin conocerlo bien ya lo quiéren...
... y, solamente, algunos de ellos (los mejores?) dominam sin esfuerzo los miserables controles de capacidad previstos por los mediocres, los dominan perfectamente porque han compreendido el sistema, porque lo desprecian, y se saben sus enemigos... y asi toman del sistema político lo que tiene de mejor: los privilegios ... aprovechando los fallos de control. Asi ya me gusta.
Fuente: De la miseria y la carcel en el medio estudantil de la nueva generación


Che sempre fumava os charutos mais baratos possíveis, chamados cazadores.

quinta-feira, outubro 04, 2007

X e Z: duas variáveis presas a eXistenZ

No mundo livre contemporâneo estaremos, na verdade, a viver numa imensa prisão? Na sua obra«eXisten, o reconhecido cineasta David Cronenberg apresentou, em 1999, uma tese e transformou o seu cinema num jogo deveras sofisticado. Nesta obra o cineasta observa o mundo como se fosse um campo de novas percepções dentro do qual a espécie humana está começando a sofrer um interessante processo de mutação colectiva. O cineasta canadense parece fusionar os discursos das suas películas anteriores para atribuir um certo sentido a um mundo sem raízes, no qual a substância orgânica se metamorfoseia em mecânica, e a biologia se transforma em química inorgânica. Nesta obra a biologia humana gera novos órgãos, a sexualidade ganha novos canais fisiológicos de experimentação - representados pelo casulo e pela bioporta - e os sujeitos se converteram em seres presos e agarrados a um jogo virtual. Os protagonistas de eXistenZ são conscientes de estarem participando num sofisticado videojogo; atravessam numerosos mundos em busca da sua identidade mas no final de todo o processo apenas adquirem a certeza de se encontrarem perdidos ad eternum num jogo cujos limites com o mundo real se encontram diluídos. Nesta ideia de um mundo de psicose generalizada o programador/arquitecto do jogo surge como o demiurgo que faz a sua aparição como um autêntico deus ex-machina. Muitos filmes posteriores , tal como Matrix, têem sugerido esta lógica de ideias e e, já num registo diferente, o filme Esfera fez convergir o processo todo apresentado-o como cosa mentale. A ideia de prisão e liberdade foi sempre um excelente binómio para multiplos argumentos de cinema mas para mim o mais radical e o mais cinematográfico, ao nivel da forma, talvez tenha sido Underground de Emir Kusturica.

terça-feira, outubro 02, 2007

X... pa Electra: nôs grandi inkógnita

Electra é maior inkognita ki ten na Cabo Verde, em termos di geston i di kapacidadi di soluson de prublemas. Ês é um erro sistemátiku na kualker geston racional di um kasa, di um estado: planeta i universu intêru kumesa pa energia i sê regularizason! Sem kel nu ka ta pôdi faze nada nem siquer tem um ideia di nós própri funsionamentu. Di Elektra dja passa limite, nha guênti. Dj' ê sa ta fika un intropia difícil di resolvi. Xiça!! Desculpan es Xpreson li, leitor.

En vez di buzinon pa kapital debia ta fazeda un romaria de velas pa cidadi. Dja nhós imagina: un multidon, iluminadu apenas pa velas ki kada un stá traze na mon, ta anda na Avenida Marginal ou na Avenida Cidade de Lisboa na mei di sukuru, ta bai manenti ti instalason di Elektra pa bai deposita na sê porta milhares de velas. Ma parcen ma, sima tud alguem dja intendi, si tud bez ki tiver un apagon de Elektra fazedu um romaria, é ta kaba pa bira folklore i passadus di li uns tempos nu ta lê num obskuro revista de turismo internacional álgu n'es stilu li: «Cabo Verde é tambem um país conhecido pela sua romaria silenciosa de velas em tempos de apagão, um problema insóluvel do seu Governo, mas que já se tornou um hábito cultural naquele estranho país da costa ocidental africana». Ayan, parcem m'ê pa Pro Praia i ADECO, na Mindelo, poi di guarda en relason a es tXakóta contra residentes i consumidores.