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sábado, abril 28, 2007

Michael Moore outra vez no centro das atenções

Mais uma polémica de Michael Moore: mostrará no seu novo documentário, «Sicko», como os doentes são mais felizes em Cuba do que nos EUA. A estreia vai ser no Festival de Cannes em Maio, onde é um dos destaques fora da competição.


Entretanto a sua imagem pública começa a esbater-se por causa de duas pessoas: Debbie Melnyck e Rick Caine, ex-fãs, cujo documentário «Manufactering Dissent» tem como objecto ... Michael Moore. O casal de documentaristas canadianos começou por querer fazer um filme sobre o seu ídolo mas Moore não queria ou não podia lhes dar atenção. E eles puseram-se, então, de plantão e microfone na mão á espera dele, utilizando o mesmo método que ele próprio, Michale Moore, utilizara em «Roger&Me». O resultado foi um documentário que descontruiu um carácter supostamente manipulador.

sexta-feira, abril 27, 2007

Casamento entre cinco mulheres na Nigéria acaba em fuga

Uma mulher lésbica, actriz, que se casou com quatro mulheres, no passado fim de semana no estado de Kano, em Nigéria, permanece escondida junto com as suas esposas para fugir á policía do país que quer prendê-las e aplicar-lhes a lei Islâmica conhecida por sharía. De acordo com esta lei, adoptada no estado de Kano, há sete anos, a homosexualidade e os casamentos entre pessoas do mesmo sexo são proibidas. O islão diz que um homem pode ter até quatro esposas, se as puder manter. A mesma lei não vale para mulheres, e menos ainda se são homossexuais.

O casamento teve lugar num teatro, que acabou sendo demolida pelas autoridades de Kano, a cidade mais grande do norte de Nigeria. A homossexualidade feminina é ilegal, tambem, no código penal nigeriano e o Parlamento está tomando em consideracão um endurecimento das penas para aquilo que eles consideram ser um «delito».
Fonte: BBC.com

Onde é que já li isto!?

O Medo é a única cor e a única raça: aloja-se na tua pele e faz-te odiar.

Parabéns, Cize, pela Legião de Honra de França!

quinta-feira, abril 26, 2007

Paris, Texas (1984) - Cena de Abertura





Win Wenders mostra-nos aqui como se filma um homem no deserto.

Planos de Autor II

Se F. Coppolla, na sua obra «O Padrinho», fez uso do tempo cinematográfico como factor dramático, em «Paris, Texas» Win Wenders utiliza o ambiente para o mesmo fim. Neste filme, o recurso a espaços cinematográficos de índole particular é que faz com que o comportamento das personagens ganhe sentido. A primeira imagem do filme é construído por um travelling e vários planos gerais do deserto, habitado apenas pela figura franzina de Travis (Harry Dean Stanton) e por um abutre, á espera que ele ceda ao cansaço. Wenders vai nos aproximando progressivamente da personagem. A composição do enquadramento vai-se simplificando e a nossa atenção centra-se, então, na cara desfigurada de Travis, nas mãos que tapam uma bóia já vazia de agua e no seu rosto crispado pelo sol do deserto. Á medida que o filme progride, a selecção das objectivas e os movimentos de câmara vão correspondendo cada vez mais as características dramáticas e orgânicas dos lugares, que correspondem ás características dramáticas que se observam nas personagens. Passamos, assim, da «pré-historia» das imagens totais para planos mais fechados e sintéticos da civilização humana.

terça-feira, abril 24, 2007

O Padrinho





O Plano de Autor por excelência.

segunda-feira, abril 23, 2007

Planos de Autor I

Na cena inicial de «O Padrinho» a câmara foca num plano aproximado do peito a personagem de Bonasera que está a falar para alguém que, entretanto, não nos é dado ver. Conta-lhe como a filha foi violentada. Passado um minuto o plano recua suavemente num travelling para trás das costas de Don Vito Corleone, interpretado por Marlon Brando, que nesse momento apenas escuta. Bonasera levanta-se e sussurra qualquer coisa ao seu ouvido para lhe comunicar o tratamento que deseja que seja aplicado aos culpados. É nesse momento que nos é, então, revelado a real natureza de um Padrinho no código siciliano.

Este plano inicial é um dos raros planos de autor que fundaram o cinema contemporâneo. Coppolla regista-o no mesmo instante em que começa o filme. Pela sua densidade cerebral e codificação do tempo aproxima-se daquilo que Gilles Deleuze categoriza de cinema of the brain, igualmente presentes na arte de Stanley Kubrick ou de Alain Resnais. O tempo cinematográfico que decorre entre o início e o final de cena é na verdade um tempo hiper real; excede a própria encenação.


A cena é soberba: iluminação cuidada, movimento calculado da câmara, assombrosa interpretação de Marlon Brando - um «monstro sagrado» de Hollywood, saído do Actor’s Studio.



Saliente-se que o olhar de Coppolla é um olhar fascinado pela organização, pelo código de honra e pelo exercício do poder que estão na base das famosas vendettas sicilianas. O seu estilo cinematográfico encontra as raízes no universo dos grandes cineastas italianos como Visconti, Fellini e De Sica. Junte-se a isso meticulosidade, precisão, hiperrealismo e teremos a exacta medida da sua obra.




«O Padrinho», realizado em 1972, recebeu nesse ano os Oscares de Melhor filme, Melhor Actor para Marlon Brando e Melhor Cenário. O argumento foi adaptado do romance homónimo de Mario Puzo que também é co-autor na escrita do cenário do filme. O filme é considerado como um clássico da sétima arte e uma obra prima absoluta de um dos mais explorados géneros cinematográficos - o gangster. «O Padrinho» é também, sem exagero, um dos ícones da cultura ocidental.

sábado, abril 21, 2007

O Tempo, esse verdugo

(...)« Não importa a que sortilégios me entrego: / neste jogo de acasos que é a vida / ganha sempre este apostador sem rosto / a que outros chamam tempo./ Mas é com emoção quase adolescente / que a cada manhã o reencontro / para o aprazado combate.» (...)

José Luis Tavares *

* Poeta caboverdeano laureado, em Portugal, com o Prémio Mario António de Poesia por Paraíso Apagado Por um Trovão (2.ª edição)

quinta-feira, abril 19, 2007

Massacre em Virginia - Video do Assassino

A America já pode ser considerado o produtor mundial n.º 1 de psicopatas. Este já leva todas as marcas de um fundamentalista islâmico em palavras e métodos.

terça-feira, abril 17, 2007

[A Cara do Mal no Tempo de Lobos]

Cho Seung Hui, o jovem sul-coreano de 23 anos que ontem assassinou 32 pessoas em Blacksburg (Virginia), naquela que é a pior matança registada num campo universitario dos EUA, deixou escritas umas notas em jeito de despedida antes de empreender a sua particular carniceria, segundo informação dos medias estadounidenses.
A cadeia ABC, citando fontes policiais, assegura que Cho deixou, numa longa carta no seu dormitório , as suas razões . "Vocês me obrigaram a fazê-lo", é a conclusão da carta, na qual ainda critica com desprezo e ira os "meninos ricos", os "charlatães mentirosos" da universidade e a "degeneração".
Ao que parece, o atirador havia tomado antidepressivos e paulatinamente foi-se tornando mais violento e desequilibrado. Cho chegou aos Estados Unidos em 1992, procedente da Coreia do Sul, quando era ainda uma criança, e cresceu nos subúrbios de Washington. Vivia numa residência de estudantes onde começou a matança.
O testemunho oferecido pela professora Carolyn Rude, do Departamento de Literatura Inglesa da Univesidade de Virginia, deu uma luz sobre o perfil psicológico de Cho Seung Hui. Segundo esta docente, o jovem asiático escrevia textos tão "perturbadores" que foi enviado a um terapeuta da instituicão.
Á medida que avançam as pesquisas policiais, vai dando á luz uma personalidade hermética, e está a ser dificil, por parte das entidades policiais, decifrar o tipo de vida e relacões que mantinha o assassino com o resto do mundo. "Era um solitário e estamos tendo dificuldades em encontrar informações sobre ele", reconhece Larry Hincker, porta-voz da universidade.
Fonte: El Pais

quinta-feira, abril 12, 2007

[Aforismo do Tempo de Lobos]

«A coisa [a democracia] tem de quê suscitar o medo, por conseguinte o ódio, entre aqueles que estão habituados a exercer o magistério do pensamento. Mas entre os que sabem partilhar, com quem não importa quem, o poder igual da inteligência, pode pelo contrário suscitar a coragem e por conseguinte a alegria.»

Jacques Ranciére in «O Ódio á Democracia» (Edição Mareantes)

[Canção do Tempo de Lobos]

Bob Dylan - Masters of War

Come you masters of war
You that build all the guns
You that build the death planes
You that build the big bombs
You that hide behind walls
You that hide behind desks
I just want you to know
I can see through your masks

You that never done nothin
But build to destroy
You play with my world
Like its your little toy
You put a gun in my hand
And you hide from my eyes
And you turn and run farther
When the fast bullets fly

Like judas of old
You lie and deceive
A world war can be won
You want me to believe
But I see through your eyes
And I see through your brain
Like I see through the water
That runs down my drain

You fasten the triggers
For the others to fire
Then you set back and watch
When the death count gets higher
You hide in your mansion
As young peoples blood
Flows out of their bodies
And is buried in the mud

Youve thrown the worst fear
That can ever be hurled
Fear to bring children
Into the world
For threatening my baby
Unborn and unnamed
You aint worth the blood
That runs in your veins

How much do I know
To talk out of turn
You might say that Im young
You might say Im unlearned
But theres one thing I know
Though Im younger than you
Even jesus would never
Forgive what you do

Let me ask you one question
Is your money that good
Will it buy you forgiveness
Do you think that it could
I think you will find
When your death takes its toll
All the money you made
Will never buy back your soul

And I hope that you die
And your deathll come soon
I will follow your casket
In the pale afternoon
And Ill watch while youre lowered
Down to your deathbed
And Ill stand oer your grave
til Im sure that youre dead

quarta-feira, abril 11, 2007

Festival de Cannes apresenta toda a sua história em video na net

O site do Festival de Cinema de Cannes http://www.ina-festivaldecannes.com/ disponibiliza autenticas reliquias do mundo do cinema para os amantes da 7.ª arte como aquele caso em que o realizador francês Maurice Pialat, tendo vencido a Palma de Ouro por «Sous le Soleil de Satan», é assobiado e apupado pela audiência. São mais de 300 horas de video. O visionamento é gratuito mas se quiser fazer o downloand então terá que pagar. Esta iniciativa foi concretizada em colaboração com o Institutto do Audiovisual Francês.

segunda-feira, abril 09, 2007

INLAND EMPIRE - David Lynch

Quem vai aos filmes de David Lynch movido pela racionalidade sairá da sala completamente desiludido. Filmada, de forma surpreendente, em formato DV com câmaras caseiras, Inland Empire é a apologia completa da existência de mundos paralelos que funcionam em espiral infinita. A estória de uma mulher perdida e perseguida por alguem que a quer assassinar; um realizador que está a fazer um filme, amaldiçoado, apartir de um conto polaco-cigano; uma dívida que tem que ser paga por uma atriz que procura o estrelato; um caso de adultério que desencadeou um crime passional; algo que se passou na Polónia há muito tempo atrás e que influencia o tempo presente do filme, etc. Estes são alguns dos ingredientes que Lynch juntou para criar um objecto fílmico perturbador e alucinante de 3 horas. Seja qual for a interpretação a que chegar, o espectador tem que levar em conta a sitcom teatral com o casal de coelhos - a mais recente inovação de Lynch na sua galeria de personagens. Neste filme revisita toda a sua filmografia exponenciando o já conhecido efeito onírico no espectador. Retoma a temática de Mulloland Drive do filme dentro do filme e da cena underground /obscura de Hollywood

Mais uma vez não há respostas definitivas quanto áquilo que se deduz do filme e só a própria experiencia de quem vê, interessa. «Basta sentir», refere sempre, David Lynch. Desta vez o cineasta brinca mesmo com essa preocupação contínua das pessoas em querer explicar os seus filmes ao introduzir a sitcom do casal de coelhos cujos diálogos absurdos, acompanhados de risadas, indiciam incompreensão, vaticinios, dúvidas. A certa altura a mulher-coelho aparece a tenta colocar no cenário exiguo do teatro umas luzes que leva na mão (laughing). Talvez por haver um canto da nossa mente em que estamos constantemente a questionar, Lynch o tenha assinalado dessa forma? Ou poderá ser apenas uma simples sitcom de coelhos, nada mais ? Sem pretensões de ordem alguma? Por ser apenas divertido pôr umas criaturas, meio humanos, com cabeças de coelho a proferirem palavras descontextualizadas? Só por ser intrigante!! Bem, só mesmo ele poderá responder a essas perguntas e, como todos os aficcionados da sua obra sabem, isso nunca irá acontecer.


Podemos, pelo menos, descortinar algumas marcas na obra deste cineasta: a sua fixação por bruxas, pelos bastidores do mundo do cinema, por mulheres absurdamente belas e por aquilo (algo sempre hediondo) que se esconde nas traseiras dos edifícios e nos rostos das pessoas aparentemente normais e inocentes. È isso que exerce o fascínio nas películas de Lynch sempre coroadas com uma banda sonora melíflua e uma rara plasticidade das imagens.

sexta-feira, abril 06, 2007

terça-feira, abril 03, 2007

God, Inc - Episódio 2

Problemas relacionados com Deus e Paraíso poderão ser problemas burocráticos?