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segunda-feira, setembro 24, 2007

V de «Voyelles» e Visionário



O meu amigo inglês Joe Underwood pintou «The Pile Up of Progression» inspirando-se em «Voyelles»* do visionário-anárquico Arthur Rimbaud (1854—1891):

A noir, E blanc, I rouge, U vert, O bleu: voyelles, / Je dirai quelque jour vos naissances latentes: / A, noir corset velu des mouches éclatantes / Qui bombinent autour des puanteurs cruelles, / Golfes d'ombre; E, candeurs des vapeurs et des tentes, / Lances des glaciers fiers, rois blancs, frissons d'ombelles; / I, pourpres, sang craché, rire des lèvres belles / Dans la colère ou les ivresses pénitentes; / U, cycles, vibrements divins des mers virides, / Paix des pâtis semés d'animaux, paix des rides / Que l'alchimie imprime aux grands fronts studieux; / O, suprême Clairon plein des strideurs étranges, / Silences traversés des [Mondes et des Anges]: / — O l'Oméga, rayon violet de [Ses] Yeux!

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* [Tradução de Gaetan M . de Oliveira]:

Vogais
« A negro, E branco, I vermelho, U verde, O Azul: / Das vogais direi um dia os partos latentes: / A, veloso corpete negro das luzentes / Moscas que rondam fétido e cruel paúl, //
Golfos de sombra; E, candura de fumos e tendas, / Lanças de altivos gelos, reis brancos, tremor de umbela; /
I, púrpuras, cuspo e sangue, furor / No riso dos lábios belos, ébrias emendas; // U, ciclos, vibrações divinas
dos virentes / Mares, paz de pastos e gados, das pacientes / Rugas que a alquimia imprime em sábios sobrolhos; // O, Clarim supremo de estranhos gritos fundo, / Silêncios cruzados por Anjos e por Mundos: / — Ô, de Ômega, raio violeta dos Seus Olhos!»

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