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sexta-feira, fevereiro 16, 2007

E assim S. Kubrick criou a maior ficção científica de sempre!

Em 1968 chega ás salas de cinema o clássico dos clássicos de ficção científica 2001- Odisseia no Espaço realizado por Stanley Kubrick que escreveu o argumento em parceria com Arthur Clarke a partir de um conto deste último «TheSentinel».

É no campo das imagens e dos efeitos especiais fotográficos que mais se nota o rigor e a capacidade inventiva de Stanley Kubrick como cineasta. Ainda, hoje, passados 36 anos (desde 1968), o filme deixa a todos surpreendidos, pela forma como põe os actores a andar de cabeça para baixo trocando as voltas a quem pensa ter descoberto o segredo deste ou daquele truque. Uma das criações máximas de «2001-Odisseia no Espaço» é o computador HAL 9000, concebido como imitação dos processos lógicos de raciocínio cerebral ambientado numa nave espacial em viagem até Júpiter. Mas esse computador não resistirá ao confronto com o seu criador.
A música é especial. «Danúbio Azul» de Johan Strauss, para as valsas espaciais; «Also Sprache Zaratrusta» de Richard Strauss e Gyorgy Ligety e Aran Khatchaturian. Mas o que torna o filme tão fascinante independentemente da sua beleza visual e sonora? Trata-se sem dúvida do seu mistério central, do seu leitmotiv, que comanda as personagens e as conduz ao seu destino: o monolito negro.
O que é esse monolito, essa «abstracção concreta» que perturba e revoluciona? Várias explicações já foram avançadas por milhões de espectadores. Mas Kubrick não aponta definitivamente para nenhuma feliz ideia, o que dá ao filme essa abertura total em termos de conclusões. Stanley Kubrick diz que não se trata de uma mensagem que alguma vez tenha querido formular em palavras. Segundo o cineasta - «2001-Odisseia no espaço» é uma experiência não verbal: nas duas horas e dezanove minutos do filme, há um pouco menos de quarenta minutos de diálogo. Tentei criar uma experiência visual que superasse a sistematização do verbo penetrando directamente no inconsciente através de uma matéria emocional e filosófica.»
Stanley Kubrick não abusa de forma indiscriminada dos meios técnicos de que dispunha. O que é espectacular – no verdadeiro sentido da palavra – é a contenção que o cineasta revela nesta obra: os planos do seu filme são de uma calma inquietante e de uma estranha frieza. O filme possui um clima que raras vezes foi atingida nos «filmes de espaço» até hoje.
Com o rigor e precisão com que concebeu «2001: Odisseia no Espaço» Stanley Kubrick elevou definitivamente a ficção científica a um género maior.

Fez-se uma versão restaurada de “2001 – Odisseia no Espaço» que foi apresentada no Festival de Berlim tendo sido projectada em 70 mm com som digital a 7 de Março de 2000, assinalando o aniversário da morte de Stanley Kubrick.

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