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terça-feira, março 27, 2007

O Nascimento de Uma Nação (1914) e Intolerância (1916)- D.W. Griffith



O Nascimento de Uma Nação de DAVID WARK GRIFFITH é o nascimento do cinema tal como a conhecemos hoje. Cem mil dólares de orçamento ( muito dinheiro na altura), dezasseis semanas de rodagem nos arredores de Hollywood, uma plêiade de actores conhecidos ou que virão a sê-lo, de que resultou uma obra singularmente liberta do romance a partir do qual fora adaptada. A Guerra da Secessão, o assassinato de Lincoln, a libertação dos Negros foram apresentados através de uma história de amor impossível, num contexto humanitário bastante frágil e contraditório.
O filme provoca escândalo. As origens sulistas de Griffith levaram-no a reflexões morais de natureza racista, tendo mesmo elogiado o Ku Klux Khan. Um escândalo. Apesar do racismo flagrante que há no filme, o espectador é apanhado pela beleza das imagens, pela perfeição absoluta da montagem destas imagens.Este filme é único na história do cinema porque estão lá todos os requisitos, em estado puro, daquilo que consideramos hoje cinema: a exploração hábil da montagem paralela, trabalho sobre a relação tempo - espaço, fabricação de certos tipos de suspense, codificação da noção de ritmo, vontade de construções mais elaboradas, a nível da planificação e da montagem.
«O Nascimento de Uma Nação» de Griffith conseguiu satisfazer as mais elevadas ambições morais e ideológicas precedendo a um período fabuloso de realização de obras cinematográficas cujo alto nível de inspiração só é comparável ao dos anos 40 /50.

Se O Nascimento de Uma Nação inaugura o cinema enquanto linguagem, o filme Intolerância inaugura o cinema enquanto arte. Intolerância é na verdade o primeiro filme que faz pensar. Nele a perspectiva de um humanismo frágil e contraditório é desenvolvida de forma aprofundada por Griffith. Medindo a força deste novo meio de expressão, o cineasta decidiu dar um sentido á sua obra. Quatro (4) episódios da história do mundo montados em paralelo a partir de um tema - a história de uma injustiça judiciária; alguns momentos da vida de Cristo; o massacre de S. Bartolomeu e. por último, a queda da Babilónia.
Consciente da responsabilidade do artista Griffith serve-se do ecrã como de uma tribuna para ensinar as multidões, criando, com isso a função pedagógica no cinema. Saiba mais com Paulo Marcelo Tavares em http://www.planoaplano.com.br/suplemento/nascimento.htm





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