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segunda-feira, maio 14, 2007

O Burguês

Todas a revoluções se fizeram porque um dia alguem pensou que os seus sentimentos, a sua ética, são superiores aos dos outros, não por serem sofisticados, mas sim porque estavam, na verdade, embebidos no êxtase do poder e da luxúria. Em vez de uma maiêutica socrática contavam os seus bens e os factos do passado, como se lidassem com um guarda joias. Até a si próprios se traíram e o que de mais belo sentiram, certa vez, alienaram-na a favor do poder, ou talvez porque aquele sentir não era um verdadeiro sentir mas sim uma experiencia do poder. Sócrates, narrado por Platão, teve o desnorte de beber do veneno burguês para provar a sua extrema liberdade de sentir e pensar. Mas isso já sabemos.
Acredito, sinceramente, como certo teórico, que todas as nossas fontes já estão relatadas, por isso não me preocupa tanto conhecer-me a mim próprio ... porque eu já sou. Não acredito que alguem seja capaz de me narrar ... porque eu sou o único repórter da minha vida. Para fazer a síntese, ouso convidar toda a gente a pensar assim... porque duvido que alguem recuse um bem maior do que a sua liberdade. Como se saboreia melhor esse sentimento ? O que é que sente um burguês quando destrói o seu objecto mais valioso ?

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