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terça-feira, março 01, 2011

10

10 anos se passaram sobre a morte de Orlando Pantera de quem já se escreveu muito. Eu tambem faço parte desse contingente dos que entenderem ser ele o epítome da revolução musical santiaguense e caboverdeana. Numa folha académica «Kriolidade» da União de Estudantes Caboverdeanos em Lisboa, criada por mim e mais alguns colegas, em 1997, fiz-lhe uma entrevista na Baixa de Chiado e teci alguns comentários sobre a sua arte de fazer música e o seu lugar na galeria dos eternos da cultura caboverdeana. Lembro-me de ter escrito qualquer coisa do estilo «partir as tábuas do saber numa luta incessante contra a morte» para caracterizar a essência da arte da qual ele era, quanto a mim, o principal intérprete. Essa expressão, inspirada em Walter Benjamim e utilizada para definir a arte em geral, detinha apenas um cunho filosófico e não de premonição. Esta é a segunda vez que escrevo sobre algo imperioso para mim e só me ocorrem duas imagens amigas: uma é aquela do entertainer que vi num concerto no Teatro da Trindade em Lisboa, que me surpreendeu pela originalidade da letra e melodia das canções. A segunda imagem: nunca a direi a ninguem.

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