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terça-feira, maio 15, 2012

ASSOCIAÇÃO DE CINEMA E AUDIOVISUAL DE CABO VERDE (2)


E para confirmar este «estado de coisas» [ACACV vs. Ministério da Cultura], a primeira reacção da associação recém-criada não foi um prudente encontro com o Ministro da Cultura, o que seria um procedimento normal, já que no futuro é este Ministério que tutelará todas as acções e programas de incentivo para o sector em causa. Com esta falácia post hoc que se instalou, a primeira acção encetada, após a sua criação foi, sim, um encontro dos órgãos directivos com o Vereador para a área da Cultura, Desportos e Formação Profissional da Câmara Municipal da Praia, com vista a criação de parcerias e à instalação de uma sede na capital. Uma iniciativa que teve, salve-se, uma recepção positiva e assertiva da parte do Vereador tendo este afirmado que a edilidade está aberta à criação de parcerias e à cedência de um espaço, para a sede da associação, numa das artérias na cidade da Praia o que poderá vir a confirmar-se, a breve trecho, num encontro planeado com o Presidente da Câmara Municipal da Praia, algo que, em princípio, deverá ocorrer antes das eleições autárquicas.

Desde logo, um dos maiores desafios que se coloca a Associação é o envolvimento de outras entidades que partilham da mesma paixão pelo audiovisual, nomeadamente a denominada “Cultura Móvel” que tem movido uma série de acções em prol da cultura audiovisual promovendo a criação de vídeos em telemóveis, workshops nas áreas de realização e sessões educativas nas escolas suburbanas. Pondera-se, ainda, a criação de um Festival Internacional do Filme Documentário, na capital do país, sem que, necessariamente, tenha que fazer «mossa» com o Festival Internacional de Filmes que já existe na Ilha do Sal. Um único país pode congregar várias mostras internacionais como se pode verificar em Portugal ou na vizinha Espanha, países desenvolvidos em cuja experiência nos baseamos para formular os juízos ora avançados. A credibilidade e o futuro da associação recém-formada dependerá, contudo, do modo como a sua Direcção, presidida por Mário Benvindo Cabral, souber gerir este desafio, no quadro da idiossincrasia cabo-verdiana, congregando e harmonizando as diferentes acções e os seus diferentes protagonistas, a nível nacional. A diáspora, essa, só responderá verdadeiramente se a associação conseguir se afirmar em pleno como a principal representante do cinema e audiovisual em Cabo Verde.

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