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quarta-feira, dezembro 27, 2006

A Arte do Documentário


Alguma pratica do documentário é um exercício de encontro através das palavras com a intenção de lutar contra a hostilidade civil, psicológica e familiar em relação a um dado tema ou quadro apresentado. Sua dimensão é inteiramente testemunhal, pondo de relevo testemunhos verbais dos sentimentos e afectividades das pessoas sobre uma dada realidade. A posição autoconsciente do realizador, neste caso, assenta muito na afectividade com o social. Normalmente não utiliza demasiados fundos musicais. A sua arte remonta, em certo sentido, aos irmãos Lumiére.

Existe uma outra práctica de documentário que é, no fundo, um trabalho ensaístico filmado como interlúdio de uma ficção. Este tipo de escrita documentaria planeia uma ligação entre a beleza e a crueldade humanas como catalizadores de todo o jogo de sentido. A sua prática documentalista costuma centrar-se mais na forma de olhar para a arte, por entre os planos, o ritmo das palavras e os efeitos de sentido. O seu espectro vai desde os chamados documentários de criação, passando por filmes-ensaio / fakes, até propostas estéticas mais arrojadas e vanguardistas. A sua arte inscreve-se no mundo de Georges Mélies.

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