O Kafuka Cine Clube deve ter sido das coisas mais originais que já surgiu na cena cultural praiense e caboverdeana. A visão de uma cultura cinematográfica concebida partir de uma pequena lamparina a óleo é proverbial. Na altura em que fora criado muito se discutiu acerca da sua pertinência na vida cultural cabo-verdiana. Mesmo que não tenha resultado num empreendimento de grande envergadura prefigurou, na altura, um cenário na qual os cinéfilos pudessem desfrutar de grandes filmes e, ulteriormente, os cineastas amadores pudessem definir, com visionamentos e workshops, uma estética e um estilo pessoal. O grupo reunia-se ocasionalmente para definir e debater os programas (kau ki staba ami, Paradela, Mónica, Vanilde, Paulo, Catarina, Luísa, Eveline,entre outros). Parece ter sido apenas uma utopia ... ou provavelmente não. È que depois dessa espécie de «parto histérico», o Kafuka Cine Clube entrou em coma profundo. Mas, segundo li por aí, parece que as coisas deverão voltar á normalidade: espero que, mantendo-se a ideia original. Seria uma pena não continuar: é que foi bonito a forma como tudo começou e seria bom se a chama da pequena lamparina se mantiver sempre acesa.
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