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quinta-feira, janeiro 08, 2009

HISTERIA MORAL


«Boccacio 70» - 1962. Fellini, Visconti, De Sica, Monicelli

Quem já viu «Magnólia» de Paul Thomas Anderson lembra-se de ter visto sapos a cair do céu. Depois desse filme pensei que talvez não houvesse outro cineasta que ousasse algo do género: o absurdo e o insólito dado depois de 2 horas de filme (quando toda audiência estava metida na histeria moral das diferentes estórias, acontece o quê?! Chove sapos).


Quando A. Fuqua em «Training Day» «descolou» um Ethan Hawke que parece ter caído do céu para cima do carro de Denzel Washington (como poderia a personagem ter sobrevivido a todos aqueles golpes, ainda por cima ter embatido com violência no capote do carro, áquela altura; manter-se de pé para toda a cena de captura do malfeitor, não se tratando de «cartoon»!? Inverosímil, no mínimo!) pensei, outra vez, em «Magnólia» de P.T. Anderson mas não o considerei plágio - achei-o até mais ousado. «Para grandes males grandes remédios» define na perfeição a cena.


Agora, quando vi a ultima cena do «No Country For a Old Man» de Joel e Ethan Cohen - saiu um carro vindo do nada para embater na viatura do serial killer - pensei e disse-o: uma das cenas mais inesperadas que eu já vi no cinema... algo tinha que acontecer, algo tinha que parar esse serial killer (o mais recambolesco do cinema colou-se á pele de Javier Barden) - o «diabo em pessoa» pela mão de ... Joel e Ethan Cohen.


mas lembrei-me outra vez de «Magnólia» de P.T. Anderson e só aí percebi que se tinha tornado um movimento. Estava tudo aí: na câmara lacónica e desencantada de Joel e Ethan Cohen, na intrepidez do estilo em Antoine Fuqua ... na duração que é necessária para se conseguir esse efeito...

Mas que movimento é esse afinal? - é querer o BEM a qualquer preço.

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